Uma facção criminosa com base em Lucas do Rio Verde (333 km de Cuiabá) está sendo alvo de uma nova operação da Polícia Civil, deflagrada na manhã desta quarta-feira (19). A Operação Ressona realizou o cumprimento de 30 ordens judiciais contra os integrantes do grupo criminoso que, segundo a PJC, têm ligação direta com líderes de facções do Rio de Janeiro.
Na ação, são cumpridos 17 mandados de prisão, 13 de busca e apreensão, além de bloqueio de valores na casa de R$ 9,3 milhões e o sequestro de bens móveis e imóveis, expedidos pela 5ª Vara Criminal de Sinop.
As investigações que resultaram nas ordens judiciais foram conduzidas pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e Delegacia Especializada de Repressão ao Crime Organizado (Draco), e os mandados são cumpridos nas cidades de Lucas do Rio Verde e Guarantã do Norte (710 km de Cuiabá).
PJC-MT
Investigações
As investigações iniciaram em novembro de 2024 com o fim de apurar uma célula da facção que atua em Lucas do Rio Verde e região.
Durante a apuração dos fatos, os policiais da GCCO identificaram integrantes do grupo criminoso, dentre eles o gerente, responsável pela logística, contabilidade e lavagem de dinheiro da organização, além de outros que atuavam como biqueiros e laranjas.
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O investigado tinha vínculos diretos com líderes foragidos, supostamente escondidos em favelas do Rio de Janeiro (RJ), de onde seguiam emitindo ordens estratégicas, inclusive relacionadas a recentes ataques a empresários, homicídios e atos de intimidação na região.
Armas de fogo e lavagem de dinheiro
Nas investigações, ficou demonstrado que o gerente da facção em Lucas do Rio Verde apresentava um alto poder aquisitivo com veículos, fazenda e casas de alto padrão, além de aparecer em diversas fotografias e vídeos ostentando armas e grande volume de valores em espécie.
Em menos de quatro meses, foram identificadas movimentações próximas de R$ 2 milhões, com características típicas de lavagem de dinheiro, realizadas por meio de transações fragmentadas, repasses imediatos, uso de contas encerradas por fraude e destinatários com histórico criminal ligado ao tráfico e à facção criminosa.
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O faccionado de Lucas do Rio Verde também teria realizado viagens ao Rio de Janeiro para adquirir armamentos pesados, como fuzis, que eram armazenados em uma chácara de sua propriedade em Sorriso, usada como paiol clandestino da facção.
Um dos líderes do Rio de Janeiro, apontado como padrinho do gerente da facção, possui nove mandados de prisão e, assim como o subordinado, ostenta armas e fuzis nas investigações.
Foi identificado ainda que os líderes do grupo criminoso mantinham comunicação ativa com seus subordinados, inclusive por videochamadas. A estrutura criminosa incluía entregadores, laranjas e operadores logísticos, todos com funções bem definidas.
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FONTE: RDNEWS







