No segundo dia após a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a entrada da Superintendência Regional da Polícia Federal, em Brasília (DF), voltou a concentrar grupos de manifestantes.
Desde as primeiras horas da manhã deste domingo (23/11), um grupo com cerca de 15 pessoas se mobiliza em frente ao prédio com faixas e fazendo orações. Um sósia de Bolsonaro também está entre os se mobilizaram até o local.
Uma das faixas exibidas pede: “Fora Lula e Moraes. Buzine”. Em vídeo registrado pelo Metrópoles, motoristas que passavam pelo local responderam ao chamado. Assista:
A movimentação deste domingo se soma aos episódios registrados nesse sábado (22/11), logo após a prisão do ex-presidente.
A área em frente à PF recebeu tanto apoiadores quanto opositores. Um grupo chegou a estourar uma garrafa de champanhe para celebrar a decisão. Houve um princípio de confusão, que foi controlado sem necessidade de intervenção policial.
À noite, porém, a tensão aumentou na porta do condomínio onde Bolsonaro mora, no Jardim Botânico, em Brasília. Um opositor invadiu a vigília organizada por apoiadores e acabou agredido.
Ismael Lopes, que afirma ser um dos coordenadores da Frente Nacional dos Evangélicos, criticou a atuação de Bolsonaro na pandemia e dirigiu seus comentários ao senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Ele disse que o país precisa de justiça e afirmou que o ex-presidente “abriu 700 mil covas” durante a crise sanitária.
A fala gerou revolta imediata. O ex-desembargador e advogado Sebastião Coelho tomou o microfone das mãos de Ismael, que foi retirado do local sob gritos, chutes e tapas.
Apoiadores chamaram o evangélico de “vagabundo” e “filho da put*”. A Polícia Militar precisou usar gás de pimenta para dispersar o tumulto. Após a agressão, Ismael tentou falar com a imprensa, mas relatou que não conseguia abrir os olhos.
Prisão de Jair Bolsonaro
Os protestos acontecem em meio às repercussões da prisão preventiva de Bolsonaro, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O ex-presidente foi detido após a Polícia Federal apontar risco de fuga, reforçado pela vigília convocada por Flávio Bolsonaro na porta do condomínio. A Procuradoria-Geral da República concordou com o pedido.
A decisão de Moraes também destacou que Bolsonaro tentou violar a tornozeleira eletrônica que usava desde julho. No início da tarde de sábado, o ministro retirou o sigilo do vídeo em que o ex-presidente admite ter queimado o dispositivo com um ferro de solda, alegando “curiosidade”.
Segundo documento assinado pela diretora-adjunta Rita de Cássia, o Centro Integrado de Monitoração Eletrônica detectou a violação do aparelho às 0h07.
A equipe de escolta posicionada na porta da casa solicitou que Bolsonaro apresentasse o equipamento, momento em que ele confirmou o dano.
FONTE: Folha Max








