quinta-feira, novembro 27, 2025

Gaeco: PMs criaram diversas empresas de fachada para lavar dinheiro ilícito | RDNEWS

Gaeco: PMs criaram diversas empresas de fachada para lavar dinheiro

A quadrilha liderada por policiais militares de Mato Grosso – investigada por extorsão, agiotagem, falsificação de documentos e ocultação de patrimônio no estado – criou diversas empresas de fachada, com funcionários fantasmas, no intuito de cometer o crime de lavagem de dinheiro.

De acordo com o delegado Hércules Batista Gonçalves, do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), são “mais de uma dezena” de empresas de fachada, sendo que muitas funcionam no mesmo local ou em endereços que não existem. 

“Não tem nenhum registro de funcionários no [Cadastro Geral de Empregados e Desempregados] CAGED, [nem] no banco de dados. Então, ficou muito clara a criação de inúmeras empresas para circular dinheiro dessas atividades de agiotagem”, apontou Gonçalves.

Reprodução

No detalhe, o delegado do Gaeco Hércules Batista Gonçalves e o promotor de Justiça João Batista de Oliveira

Ainda segundo o delegado, outra forma utilizada no esquema de lavagem de dinheiro foram aplicações no setor imobiliário, comprando terrenos e imóveis, no intuito de expandir o negócio, “mas nunca deixando de atuar no ramo da agiotagem”.

“Eu acredito que ficavam tão tranquilos com o desenrolar dessa atividade criminosa que, em determinada época, quase 30 terrenos foram registrados em nome de um dos componentes da organização criminosa”, relatou Hércules.

Para o promotor de Justiça do Ministério Público de Mato Grosso, João Batista de Oliveira, o que foi demonstrado, até o presente momento, é que o grupo criminoso criou essas empresas de fato, porém as atividades desenvolvidas por eles não seguiram caminhos naturais de uma factoring.

“Uma factoring desconta duplicatas e concede empréstimos também, mas o que ficou provado é que eles se emprestavam de pessoa física para pessoa física e cobrando juros exorbitantes, totalmente fora da média do mercado. Então, o que nos levou a crer que essas empresas só serviam para tentar lavar o dinheiro ilicitamente obtido, para dar uma aparência de legalidade”, explicou João Batista.

Operação Fides Fracta

Foram cumpridos 28 mandados de busca e apreensão domiciliar e 22 mandados de sequestro de bens contra policiais militares e outros integrantes do grupo criminoso.

Segundo o Gaeco, a quadrilha atuava na região metropolitana de Cuiabá, Várzea Grande e Goiânia (GO). 

Os trabalhos de investigação começaram após apurações da Corregedoria da Polícia Militar (PMMT), que indicaram evolução patrimonial incompatível com os rendimentos de um ex-policial militar.

Até o momento foram confirmadas a participação de nove policiais militares, sendo seis ativos, dois aposentados e um que pediu exclusão da PM.

FONTE: RDNEWS

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