Maior centro especializado de Mato Grosso e referência do Sistema Único de Saúde (SUS) no tratamento do câncer, o Hospital de Câncer (HCanMT) acumula um déficit de R$ 3,3 milhões por mês, o que ameaça a sustentabilidade do serviço. O balanço que expõe a distância entre o financiamento público e o custo real da assistência oncológica no Estado foi apresentado pela diretoria da instuição esta semana.
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Entre setembro de 2024 e setembro de 2025, o hospital realizou 246.891 atendimentos, incluindo 127 mil consultas, cerca de 10 mil atendimentos no pronto atendimento, 37,5 mil sessões de quimioterapia, 32,7 mil sessões de radioterapia, quase 7 mil internações e 5,6 mil cirurgias.
Apesar do volume, a receita mensal — R$ 6,8 milhões, sendo R$ 5,3 milhões do contrato SUS, R$ 765 mil do FEEF/MT e cerca de R$ 800 mil em doações — não cobre as despesas, que chegam a R$ 10,1 milhões. Só a folha de pagamento dos 700 colaboradores consome R$ 2,3 milhões; honorários médicos, R$ 2,9 milhões; materiais e medicamentos, R$ 3,3 milhões.
Segundo a diretora administrativa, Renata Oliveira, o repasse do SUS está muito abaixo do custo real dos procedimentos. “Há casos em que o SUS paga R$ 1.438 por um paciente internado, enquanto o custo chega a R$ 8.050. Essa diferença só é coberta com doações e parcerias”, afirmou.
O presidente do hospital, Laudemir Moreira, reforçou que a transparência é parte da estratégia para sensibilizar a sociedade. “Cada recurso investido aqui vira cuidado e vida. Dependemos do engajamento da população”, disse.
Além da assistência hospitalar, o HCanMT mantém ações preventivas por meio do Ônibus do HCan, que percorre municípios oferecendo exames gratuitos. Nos últimos meses, mais de 60 cidades foram atendidas, com 21 mil pessoas acolhidas e mais de 100 mil procedimentos realizados.
Mesmo diante das restrições financeiras, o hospital projeta investimentos para 2026: um novo acelerador linear de radioterapia, novos leitos adultos e pediátricos e a construção de um pronto atendimento oncológico moderno.
FONTE: RDNEWS