segunda-feira, dezembro 1, 2025

VÍDEO: Fraudes em passagens de gratuidade acontecem à luz do dia no RJ, sem fiscalização

VÍDEO: Fraudes em passagens de gratuidade acontecem à luz do


Jaé: passagem é vendida de forma irregular em pontos de ônibus
A fraude envolvendo cartões de gratuidade do transporte público tem se tornado cada vez mais comum. A venda ilegal das passagens ocorre diariamente, à vista de todos, sem ação de fiscalização.
Em Madureira, na Zona Norte do Rio, até passagens de ônibus entram na lista de ofertas que circulam pelo bairro: “Olha a passagem. R$ 4”, diz o vendedor.
Ele passa o dia sentado em uma cadeira ao lado da estação do BRT de Madureira e da bilheteria oficial — onde a passagem custa mais caro, ou melhor, o valor oficial. Ele cobra R$ 4 pelo trambique e aceita dois tipos de pagamento (veja acima).
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Homem ‘vende’ cartão de gratuidade de ônibus por R$ 4
Reprodução/TV Globo
Duas pessoas decidem comprar a passagem com o vendedor. Depois de receber o dinheiro, ele vai até o validador, aproxima o cartão Jaé e libera a entrada do primeiro cliente. Com o mesmo cartão, autoriza a passagem do segundo. Em seguida, retorna para a cadeira e continua a rotina.
Esse tipo de esquema está longe de ser isolado e não se restringe ao transporte municipal do Rio. Na Central do Brasil, a passagem do ônibus intermunicipal, que custa R$ 14,15, é oferecida no mercado paralelo com desconto de 30%.
Na Leopoldina, a passagem para São Gonçalo também tem preço diferenciado:
– Quanto é para São Gonçalo?
– Dez reais.
Quem oferece a passagem é um homem que carrega um bolo de cartões nas mãos. O dinheiro arrecadado nas vendas do dia deixa de ir para despesas essenciais, como manutenção dos veículos, pagamento de salários e impostos.
O homem entra no ônibus com tranquilidade para validar as passagens e liberar a entrada dos passageiros usando um de seus vários cartões. Em outro flagrante, ele entrega um RioCard para uma passageira, que valida a passagem por conta própria e devolve o cartão ao vendedor.
A compra ou venda de créditos de transporte associados a benefícios sociais, como gratuidades e vale-transporte, é crime. O uso é pessoal e o empréstimo da passagem não é permitido.
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Fraude no sistema de transporte do RJ
Reprodução/TV Globo
O dinheiro vai para o bolso dos vendedores, enquanto o prejuízo recai sobre as empresas e todo o sistema de transportes. A pergunta que fica é: por que é tão difícil combater uma fraude praticada à luz do dia e diante de todos?
Nas últimas semanas, a equipe tentou gravar entrevistas com representantes do Jaé, do RioCard e das secretarias municipal e estadual de Transportes, mas todos optaram por se manifestar apenas por meio de nota.
A Secretaria Municipal de Transportes informou que já bloqueou cerca de 8.350 gratuidades suspeitas de uso indevido. Segundo a pasta, os bloqueios não acontecem no momento da irregularidade, mas somente após análise dos dados e confirmação da fraude.
A Secretaria Estadual de Transportes informou que está ampliando a tecnologia antifraudes nas barcas, no metrô e nos trens. Neste ano, foram identificadas 2,5 milhões de tentativas de fraude, resultando no cancelamento de mais de 113 mil cartões por uso irregular do Bilhete Único Intermunicipal.
A RioCard informou que os mecanismos de controle do sistema de bilhetagem buscam desestimular práticas ilegais, identificando cartões de transporte usados fora do padrão, como em excesso em determinada linha ou em intervalos curtos. A empresa também afirmou que está ampliando o uso do sistema de biometria facial.
Quem vende créditos de cartões de gratuidade comete crime de estelionato e contra a economia popular. As penas variam de 1 a 5 anos de reclusão.

FONTE: Lapada Lapada

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