A Associação Mato-grossense de Magistrados (AMAM) emitiu uma nota, nesta quarta-feira (17), apoiando a juíza Mônica Catarina Perri Siqueira, em relação ao “bate-boca” entre ela e o advogado Cláudio Dalledone, ocorrido durante o julgamento do Tribunal do Júri do policial civil Mário Wilson da Silva Gonçalves, na segunda-feira (15). Mário é acusado de matar o policial militar Thiago Ruiz, a tiros, em uma conveniência de Cuiabá, em 2023. Após o episódio, o júri foi dissolvido e adiado para 2026.
Segundo a AMAM, as declarações feitas pela magistrada foram “descontextualizadas”, pois ela teria advertido os advogados de defesa do réu de que deveriam “manter o respeito ao decoro processual e à solenidade do júri”, antes de acionar a Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT).
Josi Dias/TJMT
Os advogados de defesa do réu e a juíza Mônica Perri
Ainda de acordo com a nota, a situação ganhou espaço no debate público “de forma controversa”.
“Consigna-se que a magistrada agiu no exercício regular de suas atribuições e deveres legais, em consonância com o princípio da preservação da dignidade da Justiça, não cabendo à opinião pública ou à esfera associativista dirimir sobre eventuais descumprimentos de suas funções jurisdicionais”, diz trecho da nota.
A AMAM finaliza declarando apoio à magistrada e respeito à advocacia e à OAB, e disse esperar poder “contribuir para a pacificação deste conflito”.
Morte de PM
O crime aconteceu na madrugada do dia 27 de abril de 2023, no interior da conveniência de um posto de combustível, próximo a Praça 8 de Abril, em Cuiabá. Imagens das câmeras de segurança do estabelecimento mostram Mario e Thiago sentados na mesma mesa, ingerindo bebida alcoólica.
Em depoimento, uma funcionária da conveniência afirmou que os policiais estariam se desentendendo antes do crime, quando em um determinado momento, Thiago levantou a camiseta, momento em que Mário pega a arma de fogo do militar e aponta a própria arma contra Thiago. Na sequência, os dois iniciam uma luta corporal e o policial civil atira contra Thiago, depois é visto correndo para fora da conveniência.
Reprodução

Mário foi preso em flagrante e após passar por audiência de custódia, no dia 28 de abril, a Justiça converteu a prisão para preventiva.
Em setembro do mesmo ano, o desembargador Rui Ramos, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), concedeu liberdade a Mario, suspendendo o porte de arma e proibindo que ele se aproximasse das testemunhas do caso.
FONTE: RDNEWS







