A Universidade Federal de Mato Grosso está fazendo 55 anos neste mês de dezembro. Antes, em Cuiabá, só havia a Faculdade de Direito e o Instituto de Ciências e Letras. Em dezembro de 1970 se cria a UFMT.
Antes de falar dessa instituição de ensino superior, vamos a alguns fatos e falas em torno do inicio da Universidade.
Uma delas, que virou conversa entre muitas pessoas da época, é sobre um dado da politica daquele momento. Comentava–se que o governo do estado ficou com a UDN e a Universidade om o PSD. As falas eram para mostrar que o governo estava na mão de membros daquele antigo partido político, agora incorporado à Arena ou Aliança Renovadora Nacional, criada pelo regime militar no poder.
Os governadores eram, à época, nomeados por Brasília, não havia eleição para isso. Os nomeados pelo sistema naquele período foram: Jose Frageli, 1971-1975 e Garcia Neto, 1975-1979. Todos da UDN. O comum era o regime militar, aqui ou em outros estados, nomear para um período alguém da UDN e no outro do PSD. Nomearam aqui dois seguidos da UDN.
Na UFMT o indicado para a direção foi Gabriel Novis, ex-Secretário de Educação do governo Pedro Pedrossian, que era do PSD. Foi reitor entre 1970 a 1981. Praticamente o mesmo período dos governadores udenistas.
As pilherias daquele momento, em certos círculos, era de que a UDN tomou conta do estado e o PSD da iniciante Universidade. Pode não ter havido nenhuma intenção nessas direções, mas fazia parte de muitas conversas naquele momento diferente da vida nacional.
Voltando para fatos mais concretos sobre a criação da Universidade Federal. Foi algo especial, poucos podiam ter acesso a um curso superior naquele momento. A regra era ir para fora do estado, principalmente para o Rio de Janeiro, na busca de um curso superior. Poucos podiam fazer, era caro e custava muito para se estudar na antiga capital federal.
Com a UFMT em Cuiabá a coisa mudou completamente. Imagine a transformação que ocorreu na área universitária assim quase que do dia para a noite.
No inicio não havia concurso para professores. A universidade precisava de muitos professores e alguém, com curso superior e alguma qualidade para o ensino, era contratado. Ao longo dos anos muitos professores saíram para fazerem pós-graduação em outros centros acadêmicos e retornarem para cá.
Mais tarde, nos concursos para entrar na UFMT, já se pedia até que se tivesse pós-graduação nessa ou naquela área. Não foi bem assim lá no início dessa casa de ensino superior.
Hoje, em ensino, pesquisa e produção intelectual, a UFMT é a mais conceituada Universidade do estado. Possui vários cursos de pós-graduação também. Está, segundo o ranking da Folha de São Paulo, na posição 38 entre 203 universidades públicas e privadas do país.
Para entrar como professor ali hoje, nos editais para concurso, já se pede até que o candidato tenha doutorado nessa ou naquela área. Um salto se comparado com o longínquo inicio da melhor Universidade em Mato Grosso.
Alfredo da Mota Menezes é analista político.
FONTE: MIDIA NEWS







