Serão 10 postos funcionando aos sábados, com períodos exclusivos para sintomáticos da doença, além da abertura do CS São Bernardo aos domingos. Cidade tem 24,5 mil casos e 4 mortes confirmadas. Centro de Saúde São Bernardo, em Campinas
Reprodução / EPTV
A pressão na rede pública de saúde fez Campinas (SP) anunciar, nesta quinta-feira (21), a ampliação do horário de funcionamento de postos aos finais de semana para atender casos suspeitos de dengue. Serão 10 unidades funcionando aos sábados, com períodos específicos para receber sintomáticos da doença, além de um centro de saúde aberto aos domingos – veja relação abaixo.
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De acordo com a prefeitura, a medida que já começa a valer neste fim de semana (23 e 24 de março), serve para desafogar os hospitais e unidades de pronto atendimentos municipais. A Rede Mário Gatti registrou aumento de 43,5% nos atendimentos em uma semana.
Horário exclusivo para dengue
Das 12 unidades que já abrem aos sábados (das 7h às 13h), nove terão o horário estendido, sendo que das 13h às 17h, os atendimentos serão exclusivos para sintomáticos de dengue. São elas:
CS Florence
CS Valença
CS Ipê
CS Aeroporto
CS Capivari
CS Santo Antônio
CS União de Bairros
CS Aurélia
CS São Quirino
Observação: os CSs DIC 1, Santa Lúcia e Vista alegre, que já funcionam aos sábados, permanecerão com o horário de atendimento convencional, das 7h às 13h.
Além deles, o Centro de Saúde Campo Belo vai funcionar em esquema especial aos sábados, das 7h às 17h, apenas para atender casos suspeitos de dengue.
Já o Centro de Saúde São Bernardo vai abrir aos domingos, das 7h às 17h, para atender pacientes sintomáticos.
Durante o período ampliado de atendimento, o laboratório municipal também passa funcionar aos sábados, para atender as demandas dos centros de saúde, enquanto os exames feitos no CS São Bernardo, aos domingos, serão analisados na Rede Mário Gatti.
Epidemia de dengue
No início de março, a Prefeitura de Campinas decretou estado de emergência para dengue – entenda o que isso significa.
Com 24,5 mil casos e 4 mortes confirmadas até esta quinta (21), a metrópole já se aproxima dos números da 3ª maior epidemia da série histórica da doença. Em 2019, foram 26.341 infectados.
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O recorde são 65,7 mil casos e 22 mortes registrados em 2015, mas a projeção da própria prefeitura é que Campinas chegue ou supere a marca de 100 mil infectados em 2024.
A incidência da doença no atual cenário é de 2 mil casos para cada 100 mil habitantes, sendo as áreas Sudoeste, Noroeste e Norte que concentram mais infectados.
Aumento de atendimentos
A busca por atendimento nas unidades de urgência e emergência da Prefeitura de Campinas (SP) disparou 43,5% em uma semana, segundo dados da Rede Mário Gatti.
Pacientes atendidos nas unidades:
11 de março de 2024: 2.447 atendimentos
18 de março de 2024: 3.512 atendimentos
+ 43,5%
UPA Anchieta Metropolitana, de Campinas
Adriano Rosa
Com isso, o município admite que está havendo um maior tempo de espera para pacientes com sintomas leves. “Com a alta demanda, os casos de menor risco, classificados em azul ou verde, precisam aguardar mais tempo pelo atendimento”, disse em nota.
Por isso, a orientação do município é que pacientes com quadros leves, principalmente de dengue e Covid-19, tentem priorizar os postos de saúde. Veja recomendação:
Com dor e febre: procurar o posto de saúde mais próximo de casa
Com tontura, dor abdominal forte, vômitos repetidos, suor frio ou sangramento: buscar atendimento nos prontos-socorros ou UPAs.
Dengue, Covid-19 e outras doenças
Ao g1, o presidente da Rede Mário Garri, Sergio Bisogni, afirmou que as redes pública e privada de saúde estão sendo pressionadas, ao mesmo tempo, por diferentes causas:
Aumento de doenças em crianças (30% do total de consultas);
Aumento dos atendimentos de dengue (12% do total de consultas);
Aumento dos atendimentos de Covid-19;
Aumento de pacientes crônicos com agravamento das doenças;
“Isso está acontecendo na rede privada de Campinas também. É geral a situação. Deu um pico de doenças que coincidiu dengue, comorbidades em adultos e doenças nas crianças tudo junto”, afirmou Bisogni.
Aumento por unidades
Segundo dados Rede Mário Gatti, todas as unidades de urgência registraram alta nos atendimentos. Veja números:
UPAs Carlos Lourenço, Anchieta, São José e Campo Grande: 1.147 atendimentos para 1.939 (+69%)
Prontos-socorros do Mário Gatti, Mário Gattinho e Ouro Verde: 1.300 para .1573 (+21%)
Bisogni afirmou que nas unidades da rede não há falta de médicos. Explicou que eventualmente pode faltar um profissional ou outro por afastamento médico, mas que o quadro está completo. “Não temos tido problemas, é que a demanda é muito grande mesmo”.
Outros hospitais
Na semana passada, todos os leitos de urgência e emergência no SUS do Departamento Regional de Saúde de Campinas (DRS-7) operavam com sua capacidade máxima, ou seja, não havia leitos em prontos-socorros e pronto atendimentos.
São 254 leitos de urgência e emergência nas unidades de saúde públicas municipais e estaduais nos 42 municípios que integram o DRS-7, com sede em Campinas.
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Heitor Moreira/EPTV
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FONTE: Lapada Lapada