quinta-feira, novembro 14, 2024

Sargento nega ligao com morte de advogado em Cuiab

 

“O delegado precisa me explicar de onde que surgiu o meu nome nessa investigação, eu nunca conheci o Renato Nery e não estava em Cuiabá quando ele foi morto”, alegou Omigha de Lima Oliveira, 55, sargento aposentado da Polícia Militar, acusado de envolvimento na morte no advogado Renato Nery. O ex-militar foi um dos alvos de busca feita pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na manhã de terça-feira (30).  

Morador de Guarantã do Norte (715 km a norte de Cuiabá) há 25 anos, o sargento aposentado é Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC) e trabalha como segurança. Ele teve seu nome citado em uma operação que busca identificar os mandantes e executores do assassinato do jurista, na porta de seu escritório em Cuiabá.  

Em entrevista exclusiva ao GD, o sargento relatou que percebeu uma movimentação estranha em sua propriedade ainda na sexta-feira (26), o que o fez registrar um boletim de ocorrência por conta do drone que avistou sobrevoando o local.

“Eu estava arrumando um cano de água na sexta, quando percebi um drone sobrevoando minha casa. Peguei minha moto e saí, observei um veículo longe parado num lugar ermo, fui lá, consegui uma a foto e a placa do carro, que é lotado para a Polícia Civil. No mesmo dia eu fiz um boletim de ocorrência e liguei na Corregedoria, mas não fui atendido”, narrou. 

Preocupado com a situação, Omigha ligou no disque denúncia e conversou com policial, que o instruiu a fazer um email para a Polícia Civil. 

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“Eu fiz um email para o corregedor-geral, dizendo que estava sendo alvo de alguma investigação que eu não tinha conhecimento, mas que estava aberto a responder qualquer tipo de situação, tanto na militar quanto na civil. No mesmo dia, a corregedoria me respondeu dizendo que iria tomar providência”, explicou. 

Ele soube que estava sendo alvo de investigação, quando uma irmã, com a qual não tem tanto contato, recebeu uma ligação da equipe da Polícia Civil, perguntando sobre a vida do ex-sargento. 

“Por volta das 5h da terça (30), duas viaturas da DHPP aqui de Cuiabá estiveram na minha casa. Eu disse a eles que não iriam entrar na minha casa enquanto uma viatura da Polícia Militar não chegasse. Em nenhum momento, ele disse se eu estava sendo alvo de alguma operação. Ele só me perguntava se eu estive em Cuiabá e onde estavam minhas armas”. 

Ohmigha se negou a entregar suas armas e a equipe da DHPP levou o telefone celular. “Como eu vou entregar minha arma de fogo para um delegado que nem está dizendo do que se trata. Eu só tomei ciência do que eu estava sendo investigado quando a matéria foi para o ar. Eu sou inocente, se precisar eu vou na minha casa e entrego minha arma 9mm na delegacia. A minha vida está dilacerada em relação a isso, a vida da minha família”, asseverou o aposentado.

O assassinato

Passava das 9h do dia 5 de julho quando a polícia foi acionada, a denúncia era de que um advogado foi baleado na avenida Fernando Corrêa da Costa, uma das mais movimentadas de Cuiabá. Câmeras de segurança ajudaram a entender a dinâmica do crime. Renato Nery chegou na porta do escritório, que fica na esquina entre a avenida e uma rua que liga ao bairro Pico do Amor. 

Ele desceu e estava indo em direção da escada, quando foi alvejado pelos disparos e caiu na calçada. Não há informações exatas de quantos disparos atingiram a vítima, mas sabe-se que um dos tiros foi na cabeça.

FONTE: Folha Max

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