A prefeita Eliene Liberato (PSB), de Cáceres (a 218 km de Cuiabá), tem buscado se fortalecer para realizar um reforma administrativa no município, frente às dificuldades financeiras que alega rondar a Prefeitura, diante do baixo aumento da receita anualmente. Ao , confidenciou que tem em mente o corte de até 5 secretarias – que estão em fase de estudo – para que consiga equilibrar as contas.
Rodinei Crescêncio
Prefeita de Cáceres, Eliene Liberato
Segundo dados do último Censo 2022, o município localizado no sudoeste de Mato Grosso, tem pouco mais de 89 mil habitantes. Contudo, ela alega que a receita do município não cresce, tendo registrado apenas 2% em relação ao ano de 2023, percentual inferior ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 2024, que foi de 4,77%. A receita anual está estimada em de mais de R$ 545 milhões para 2025.
“Não basta eu querer, eu preciso do apoio de todos, da minha equipe, dos funcionários e da própria Câmara Municipal e da população”
Afirma a prefeita de Cáceres, Eliene Liberato
Eliene defende que além do seu empenho, precisa contar com a compreensão dos servidores e vereadores da Câmara Municipal, para conseguir superar a crise financeira. No entanto, o cenário se desenha de maneira contrária e de forte resistência política, principalmente, por ter uma Câmara de oposição à sua gestão.
“Não basta eu querer, eu preciso do apoio de todos, da minha equipe, dos funcionários e da própria Câmara Municipal e da população. Por quê? Da forma que está hoje a nossa estrutura do município, em termos de legislação, têm muitos gargalos, eu falo que são situações que não foram consertadas e que precisam ser enfrentadas”, argumentou.
O objetivo é deixar uma gestão mais enxuta. Ela reiterou que senão houver uma aliança em favor do município, não há perspectiva de melhoras para a cidade: “Esse é o maior desafio da minha gestão em termos de administração, de gestão, para que a gente deixe uma gestão enxuta e um futuro cada vez que eu seja lembrada por muito tempo, porque ninguém conseguiu fazer essa reforma administrativa”.
Dívidas parceladas
O município faz fronteira com a Bolívia e é uma das principal cidade mato-grossense que fazem parte do Pantanal. A base econômica do município de Cáceres é agricultura (diversas culturas), pecuária e grande força no turismo de pesca. Mas sofre com dívidas parceladas que se arrastam há anos, comprometendo a saúde financeira, que se agrava ainda mais com aumento de servidores aposentados.
Na semana passada, Eliene sofreu um duro golpe nesse caminho que trilha pela reforma administrativa. Um do pilares, era conceder a Revisão Geral Anual (RGA) de 4,77% a servidores municipais, desde que houvesse um reequilíbrio da folha, que incluía, cortes no próprio salário, de seu vice e de secretários – no entanto, o projeto teve os cortes suprimidos e aprovado apenas o RGA. O aumento do próprio salário só caiu por meio de uma decisão judicial.
Eliene ainda não sancionou o RGA, e para alguns vereadores, a indefinição pode ser uma sinalização de que haverá uma judicialização da concessão do reajuste, situação essa que agravaria ainda mais sua relação com a Câmara Municipal.
Se de um lado há tensionamento, Eliene valorizou o apoio do partido em nível estadual, com o presidente Max Russi e o governador Mauro Mendes (União Brasil), via formalização de convênios, que injetam investimentos na cidade, amenizando a situação. Além de investimentos por meio do Programa de Aceleração e Crescimento (PAC), na gestão do presidente Lula (PT), para a área de saneamento básico.
FONTE: RDNEWS