O prefeito de Cuiabá Abilio Brunini (PL) afirmou nesta terça-feira (1º) que o Aeroporto Bom Futuro, considerado o maior terminal de aviação executiva do Centro-Oeste, estaria ocupando áreas públicas de forma irregular.
Nosso sistema da Prefeitura mostra que eles estão em cima de duas vias públicas nossas
Segundo o gestor municipal, o sistema da Prefeitura indica que construções do aeroporto estariam sobre duas vias públicas que não foram oficialmente desafetadas.
“O aeroporto lá, Bom Futuro, que realmente ficou lindo, realmente é o melhor aeroporto do Centro-Oeste, talvez um dos melhores aeroportos privados do Brasil […], só que tem um processo apurando uma invasão de áreas públicas”.
“Nosso sistema da Prefeitura mostra que eles estão em cima de duas vias públicas nossas, duas que foram invadidas para estar colocando [o aeroporto] lá”, afirmou à imprensa.
O aeroporto privado é administrado pela gigante do agronegócio Grupo Bom Futuro/Maggi Scheffer. Desde 2011, o local cresceu com investimentos que já ultrapassam R$ 100 milhões.
No mês passado, o aeroporto ganhou um novo terminal, denominado Luzia Maggi Scheffer, que custou cerca de R$ 20 milhões. O local conta com concierge, lounge VIP, sala de cinema, academia, duchas, brinquedoteca, salas privativas e pontos de recarga para carros elétricos.
A declaração do prefeito foi dada enquanto ele comentava da situação das famílias que hoje estão ocupando a região do Contorno Leste. O grupo tem feito protesto pela falta de moradia e o receio de desocupação, já que também estão em uma área irregular.
“Nós vamos agir da mesma medida? Pedindo para aquele brilhante, lindo, maravilhoso aeroporto sair de lá, porque ele está em cima de uma via pública?”, questionou.
“Essas vias públicas não podem ser simplesmente um parecer do município falando que não se importa com aquela área. Para desafetar uma via pública o município precisa fazer um procedimento, mandar para a Câmara Municipal, a Câmara votar essa desafetação, aí joga leilão e aí as pessoas dão um lance para adquirir. Não foi feito esse processo”, disse.
Abilio ainda citou casos semelhantes na região da Acrimat, Carmindo de Campos e Beira Rio, onde edificações comerciais também estariam sem título de propriedade.
O prefeito criticou a possibilidade de tratamentos diferenciados para invasores e reforçou a necessidade de regras claras e iguais para todos.
“São invasões comerciais. Como a gente vai? Com a mesma força, com o mesmo rigor, mesma regra para todo mundo? Ou então nós vamos ter que analisar cada caso um caso e vamos ter dois pesos e duas medidas?”.
FONTE: MIDIA NEWS