terça-feira, agosto 5, 2025

Justiça mantém PMs e mais 4 presos; militares teriam liderado assalto ao Sicredi e fornecidos armas a comparsas | RDNEWS

Os dois policiais militares F.S.L. e V.N.A., agora presos preventivamente pelo suposto envolvimento no assalto à agência do Sicredi, em Brasnorte (a 588 km de Cuiabá), teriam não apenas integrado o grupo criminoso, mas liderado a ação criminosa, além de fornecer armamento e ajudar a ocultar o veículo utilizado na fuga dos assaltantes. A prisão dos militares ocorreu no sábado (02), quando os dois foram conduzidos à Delegacia de Juara (a 695 km de Cuiabá).

Conforme a decisão judicial, à qual o teve acesso, assinada pelo juiz Laio Portes Sthel,  há “provas da existência de materialidade e indícios suficientes de autoria” por parte dos dois investigados. Tal entendimento, segundo o magistrado, foi constatado por depoimentos, boletins de ocorrência e documentos policiais, de modo que converteu a prisão da dupla de flagrante para preventiva. Além dos militares, outros quatro suspeitos de envolvimento no crime também tiveram as prisões mantidas pela Justiça.

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Conforme consta nos autos, ambos os policiais teriam participado diretamente do planejamento e da execução dos crimes, detalhando que F.S.L. “colaborou com a ocultação do veículo no local conhecido como ‘torre’, demonstrando engajamento direto nos atos de execução e ocultação do produto do crime”. Já V.N.A. foi citado como líder, “identificado como o organizador do grupo, responsável por iniciar as tratativas para a execução dos roubos”.

O documento afirma ainda que V.N.A. foi quem forneceu as armas utilizadas nas ações criminosas, “cuidou de guardá-las após a execução, além de ter sido o responsável pela guarda dos valores subtraídos (aproximadamente R$ 400 mil), com vistas à posterior divisão entre os membros”, diz trecho da decisão.

Crime organizado

De acordo com a decisão, a associação criminosa possuía uma divisão estável e duradoura de funções entre os membros, configurando o “crime de associação criminosa armada”. Além do assalto à agência do Sicredi, o grupo também é acusado de ter roubado uma caminhonete Toyota Hilux da residência de um morador de Brasnorte, utilizando um Ford Ka branco para cometer o crime.

Fuga frustrada

Durante a abordagem policial, no sábado (02), V.N.A. estava dentro de um Fiat Argo prata, com motor ligado e bagagens no interior, evidenciando, segundo o juiz, “preparação para fuga do distrito da culpa”. Na casa do militar, a polícia encontrou diversos “elementos de prova”, sendo eles: uma pistola calibre .40 com registro vencido, duas bandoleiras, dois pares de botas semelhantes às usadas na ação, além de um veículo Prisma e uma motocicleta Honda Bros.

Os dois PMs foram autuados por roubo majorado, associação criminosa armada e sequestro, com o juiz destacando a “gravidade em concreto das condutas” e a “periculosidade dos agentes”. Diante disso, negou o pedido de relaxamento da prisão feito pela defesa e considerou que “eventuais condições pessoais favoráveis não são suficientes para colocação em liberdade”.

A prisão em flagrante foi convertida em preventiva “com fundamento na garantia da ordem pública e da aplicação da lei penal”, e não será substituída por medidas cautelares alternativas, devido à gravidade e ao modus operandi do crime.

O juiz também determinou a realização de novo exame de lesões corporais nos dois presos, em razão de alegações feitas durante a audiência de custódia, além do envio de ofício à Corregedoria da Polícia Civil para apurar condutas narradas pelos custodiados relativas à Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO).

Outro lado

Conforme publicado pelo , a Corregedoria Geral da PM afirmou estar acompanhando as prisões dos militares e afirmou que abrirá um procedimento administrativo para adotar todas as medidas cabíveis ao caso.  

A PM reforçou que não coaduna com nenhum tipo de crime ou atividade ilícita por parte de seus integrantes, e ressaltou que atua com tolerância zero contra qualquer ato ilegal praticado fora ou dentro da corporação.

FONTE: RDNEWS

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