sexta-feira, outubro 3, 2025

Mauro exalta a polícia e volta a defender a classificação de facções como terroristas | RDNEWS

Josi Dias/TJMT

O governador Mauro Mendes (União) exaltou o trabalho das polícias Civil e Militar no combate às facções criminosas em Mato Grosso, mas criticou, novamente, as leis brasileiras, que permitem que grande parte dos criminosos sejam soltos na sequência. Ele aproveitou para repetir o discurso de que as organizações criminosas devem ser classificadas como terroristas.

A fala do chefe do Executivo aconteceu em conversa com jornalistas durante a Conferência Recupera MT, evento promovido pelo Tribunal de Justiça (TJMT) nesta quinta-feira (02) e que discute o combate ao crime organizado em Mato Grosso.

“A Polícia Civil e a Polícia Militar fazem um trabalho brilhante. Todos os dias nós prendemos pessoas, nós prendemos criminosos por diversos crimes. Muitos deles são soltos dias, horas, semanas depois ou meses depois, porque nós temos uma lei que não classifica essas facções criminosas como terrorismo”, dispara Mauro.

O governador foi questionado sobre a classificação abrir brecha para países mais militarizados, como o Estados Unidos, invadirem o Brasil com a prerrogativa de que estão combatendo o terrorismo. Para Mauro, isso não posse ser levado em conta ao criar uma legislação.

“É um absurdo, não concordo com isso como brasileiro. Eu não faço lei lá nos Estados Unidos, nós podemos fazer as nossas leis aqui. Ao invés de ficar criticando os Estados Unidos, nós temos que tomar atitudes aqui dentro e nós acabarmos com o terrorismo. É vergonhoso ficarmos ouvindo essa conversinha de que os Estados Unidos quer fazer algum tipo de intervenção para acabar com o terrorismo aqui dentro, com as facções criminosas”, explica.

“Temos que tomar vergonha na cara nós brasileiros, nós que temos o Congresso Nacional, e fazer uma lei dura para acabar com essas facções criminosas, com esses terroristas do nosso país”, completa.

Discurso desalinhado com TJMT

No mesmo evento, o presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), desembargador José Zuquim Nogueira, negou que o Poder Judiciário promove o “prende e solta” de criminosos em Mato Grosso, argumentando que a Justiça apena segue a legislação penal brasileira. Para ele, as leis devem ser repensadas.

“Nós do Judiciário cumprimos regras, nós cumprimos a lei. A lei é feita pelo Legislativo e nós somos obrigados a cumprir a lei, senão nós vamos praticar um ativismo judiciário” afirma.

“Não diria que [as leis] são frouxas, eu diria que elas devem ser repensadas. Ela tem que ter efetividade, ela tem que ter resultado para que a sociedade volte a acreditar no sistema de Justiça”, acrescenta o desembargador.

Recupera MT

A Conferência Recupera MT, iniciada nesta quinta-feira, decorre da integração de diversas instituições que compõem a Rede Nacional de Recuperação de Ativos – Recupera, vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. Dentre elas está o TJMT, por meio da Corregedoria-Geral da Justiça e da Escola Superior da Magistratura – Esmagis-MT, a Polícia Judiciária Civil (PJC) e o Ministério Público Estadual (MPE-MT). No evento, as autoridades públicas defenderam a importância da atuação articulada no combate ao crime organizado, focando principalmente na arrecadação de dinheiro ilícito por facções criminosas.

A abertura do Recupera MT contou ainda com a assinatura da Resolução Conjunta nº 01/2025, que trata da guarda e destinação dos bens e materiais apreendidos ou constritos em procedimentos criminais pelo Estado.

FONTE: RDNEWS

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