Da Redação/Semana7.
O empresário Creudson Pereira de Ávila (GordinTur) manifestou sua indignação com as constantes mudanças na Secretaria Municipal de Turismo de Barra do Garças e criticou duramente a forma como o setor vem sendo conduzido na atual gestão.
Sem titubear, ele afirmou estar preparado para assumir a pasta, mas destacou que a falta de profissionalismo e o excesso de politicagem é que têm impedido o desenvolvimento do turismo local.
Recentemente, o jornalista Genito Santos foi nomeado interinamente para a Secretaria, sendo o quinto titular desde o início da gestão do prefeito Adilson Gonçalves (UB), em janeiro de 2021, fato que, segundo GordinTur, reflete a instabilidade e a falta de planejamento do município na área. Pela pasta, já passaram: Jessika Hirata, Élcio Mendes, Helder Barbosa e Wendell Lopes.
“Estão me perguntando por que eu não assumo, mas isso não depende de mim. O prefeito sabe das minhas críticas e talvez por isso não queira me nomear.
Subestimar o GordinTur é um erro. Tenho defeitos como qualquer pessoa, mas minhas qualidades e meu conhecimento são muito maiores. A falta de competência e de capacidade não é minha, é dele”, afirmou.
O empresário, que possui mais de 35 anos de experiência no ramo turístico, disse que as nomeações para o cargo têm priorizado o salário, e não a qualificação técnica. “As pessoas que estão sendo indicadas vão pelo salário e não pelo conhecimento. Barra precisa de alguém com visão, com capacidade para arrumar a casa. A cidade está acabada, o dinheiro é mal aplicado em festas e eventos, enquanto falta investimento em estrutura, escola de artes, centro de turismo e capacitação. Estamos no fundo do poço”, avalia.
GordinTur também elogiou o trabalho do ex-secretário Wendel Lopes, a quem classificou como “um grande profissional que estava trazendo o verdadeiro profissionalismo ao turismo”, mas que, segundo ele, foi prejudicado pela politicagem local. “A política está travando o crescimento da Barra. Por vaidade, estão destruindo oportunidades que poderiam abrir as portas do mundo para a cidade. O turismo daqui poderia estar recebendo euro e dólar, mas falta visão e sobra política”, diz ele.
Sobre sua disposição em colaborar com o poder público, o empresário declarou que aceitaria o desafio com metas claras e sem interesse financeiro. “Se eu assumir, fico seis meses sem salário. Se não mostrar resultado, eu mesmo peço para sair. O problema é que têm medo de mim, porque sabem que eu não aceito politicagem”, afirmou.
Ele também reafirmou seu compromisso com o projeto do teleférico da Serra Azul, considerado por ele um divisor de águas para o turismo do Araguaia. “Corri atrás sozinho, fiz visitas técnicas no Brasil e no exterior, busquei investidores e estudos. O teleférico é uma das maiores obras para o desenvolvimento do turismo no Mato Grosso. Mas tem gente que não quer o projeto porque eu estou à frente”, disse. Mesmo diante das dificuldades, garantiu que não abandonará o projeto. “Se eu estiver atrapalhando, entrego para o Estado ou para o município, mas quero que ele saia do papel. O importante é que o turismo se desenvolva”.
Em tom de desabafo final, GordinTur criticou o que chama de “politicagem de bastidor” e fez um apelo para que a população valorize lideranças locais. “Já foram cinco secretários e nada mudou. A cidade está se acabando e a gestão continua fazendo arranjos políticos para agradar vereadores e deputados. É por isso que Barra não vai pra frente. Se continuarmos votando em candidatos de fora e fazendo política de favor, vamos continuar no atraso. Barra precisa de líderes que tenham coragem, conhecimento e amor pela cidade para fazer diferente”, concluiu.
