Patrícia Sanches/Rdnews
O presidente da Assembleia, Max Russi (PSB), avalia que um eventual apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro e do PL ao projeto de Otaviano Pivetta (Republicanos), que disputará o governo, mudaria o quadro político em Mato Grosso, forçando um novo “rearranjo”.
“Se tiver isso, vai mudar o quadro político no Estado de Mato Grosso, mudam-se as composições, mudam-se os arranjos, é algo que realmente muda bastante o tabuleiro”, opina Max, que, no ano que vem, assumirá o comando do Podemos, partido que deve se tornar um dos principais do Estado.
Nos bastidores, a informação é de que Bolsonaro, em conversa com o presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto, disse ser favorável à reedição da aliança com o grupo do governador Mauro Mendes (União Brasil) nas eleições de 2026.
Nesse contexto, Wellington Fagundes (PL) recuaria de seu projeto ao governo, e o grupo lançaria uma chapa com Mauro e José Medeiros ao Senado, tendo Pivetta ao governo e abrindo margem para que o PL indique o vice de Pivetta.
Questionado se seria uma engenharia difícil – tendo em vista que o grupo, do qual faz parte, tem muitos partidos e a chapa majoritária apenas seis vagas (governo, vice, dois de Senado e quatro de suplentes) –, Max avalia que nada é difícil em política, mas que é preciso haver bastante conversa.
“Todo mundo via um cenário muito claro no Estado de Mato Grosso, de segundo turno, uma disputa polarizada, e, se tirando um candidato da disputa — um candidato que, em algumas pesquisas, está liderando o quadro eleitoral hoje —, algo bem [complexo]”.
Experiente, o ex-prefeito de Jaciara opina que, mesmo numa eventual junção, não existe eleição fácil e que é necessário ter cautela. “Muitas vezes, os arranjos feitos nos bastidores acabam sendo o pior na prática. A gente já viu isso em 98, com Júlio [Campos, que foi derrotado]; a gente viu isso depois em Várzea Grande; tem alguns casos emblemáticos no Estado de Mato Grosso que mostraram isso. Agora, o principal que a gente, enquanto político, tem que fazer é conversar com o eleitor, é conversar com a população, é passar as nossas propostas, as nossas ideias, os nossos projetos. E, no final das contas, quem decide é o eleitor no dia do voto, na urna, só ele e a urna que vão fazer a escolha.”
PL segue com projeto
O presidente do PL de Mato Grosso, Ananias Filho, por sua vez, tratou de afastar os rumores de que o ex-presidente da Republica Jair Bolsonaro decidiu pelo apoio a pré-candidatura de Pivetta. Segundo o dirigente, o senador Wellington Fagundes continua se articulando para representar o partido na majoritária.
“A candidatura do senador Wellington continua da mesma forma, com a mesma altivez. O senador está na mesma situação, não mudou nada em nível nacional. E teve conversa, diálogo, que foi proposto ao PL e que isso está sendo analisado”, disse Ananias Filho, nesta quarta-feira (22), durante visita à Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT).
FONTE: RDNEWS