O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Reynaldo Soares da Fonseca, manteve a prisão do policial penal Adão Elias Júnior. Ele foi diretor do Centro de Ressocialização Industrial Ahmenon Lemos Dantas – um presídio de Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá -, e é suspeito de “facilitar” a fuga de presos ligados à facção criminosa Comando Vermelho (CV) nos anos de 2023 e 2024.
A decisão monocrática do ministro foi proferida no último dia 28 de outubro. O membro do STJ lembrou que o policial penal possui antecedentes criminais que incluem violência doméstica contra a mulher além de revelar o suposto recebimento de uma propina de R$ 1 mil para fornecer uma serra utilizada na fuga dos presos.
“A prisão preventiva foi fundamentada na gravidade da ação imputada ao acusado – como Diretor do Sistema Penitenciário à época dos fatos ter supostamente facilitado fuga de presos envolvidos com organização criminosa, um elemento que caracteriza sua periculosidade social”, diz trecho do processo.
Os crimes foram revelados na operação Shadow. Inicialmente, a denúncia apontava que o ex-diretor “facilitou” em 2023 as fugas de Gilmar Reis da Silva, o “Vovózona” – suposto líder do Comando Vermelho na região Sul de Mato Grosso -, e Thiago Augusto Falcão de Oliveira, suspeito de homicídio em Chapada dos Guimarães.
A decisão do ministro, entretanto, revelou que o ex-diretor também “deu uma mãozinha” para outros três presos que escaparam do presídio em Várzea Grande – Kleberthe Gonçalves Pereira, Daniel França Delgado e Antônio Benedito da Silva Pinho. Elias teria recebido uma propina de R$ 1 mil para fornecer uma serra que auxiliou o trio a escapar, no ano de 2024.
“[Os presos] escaparam do Raio 6, mediante uso de serra e corda artesanal feita de lençóis (“teresa”). Segundo os relatos do reeducando Daniel França Delgado, o diretor Adão teria solicitado R$ 1.000,00 em espécie, por meio de pessoa interposta, para fornecer a serra que eles utilizaram para serrar as grades da cela e, por conseguinte, fugirem”, revelou o ministro.
Ainda de acordo com a decisão, o ex-diretor possui um patrimônio incompatível com a sua renda, incluindo “imóveis de alto padrão, veículos de valor expressivo e supostas participações em atividades empresariais”.
Em relação à “Vovózona” e Thiago Augusto, a denúncia narra que eles não perderam tempo depois de escapar da cadeia, sendo flagrados numa churrascaria chegando ao local numa caminhonete Ford F250. Outro policial penal, identificado como Leo Márcio, estava acompanhado dos presos na churrascaria e também foi preso.
FONTE: Folha Max








