terça-feira, setembro 9, 2025

Taxistas de Campinas relatam dúvidas sobre auxílio federal e contam como pretendem usar verba | Campinas e Região

Taxistas de Campinas (SP) ouvidos pelo g1 relataram ter dúvidas sobre como serão feitos os pagamentos e quem tem direito ao Benefício Emergencial aos Motoristas de Táxis (BEm-Taxista). O auxílio, cujas as duas primeiras parcelas começarão a ser pagas em 16 de agosto, ajudará na cobertura de custos do trabalho, apontam o condutores.

Ao todo, são seis parcelas previstas com valor de R$ 1 mil cada, que devem ser pagas entre os meses de agosto e dezembro. Segundo o Ministério do Trabalho e Previdência, podem receber o auxílio taxistas com a Carteira Nacional de Habilitação e a permissão para prestação do serviço válidas em 31 de maio. A justificativa é a compensação dos efeitos do aumento no preço dos combustíveis.

A reportagem percorreu o Centro na tarde de quarta-feira (27) e entrevistou profissionais que disseram que esperam usar o dinheiro para arcar com despesas de combustível e manutenção dos veículos.

Eles argumentam que a categoria enfrenta dificuldades, apesar do reajuste feito pelo município em maio, por conta da redução das corridas como efeito da pandemia e da popularização dos aplicativos de transporte.

Fila de táxis em Campinas — Foto: Reprodução/EPTV

Uma das dúvidas dos profissionais era se os motoristas auxiliares terão direito ao benefício. Isso porque, para a modalidade convencional de táxi, o motorista que possui a permissão pública pode vincular até dois condutores auxiliares, trabalhando em regime de colaboração.

No entanto, na manhã desta quinta-feira (28), o g1 informou que, segundo uma portaria do Ministério do Trabalho, os motoristas que não são os proprietários do alvará também serão contemplados.

Segundo a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) serão enviados ao governo federa os nomes dos 895 taxistas com a permissão pública.

Paulo de Souza, de 59 anos, trabalha como taxista auxiliar e tem a permissão arrendada. Ele espera poder receber o benefício. Caso o auxílio não venha, o motorista também não sabe se poderá entrar em acordo com o permissionário para garantir uma parte.

“Tudo que vem agora para diminuir a despesa do carro é válido, não só pelo aumento dos combustíveis mas também pela pandemia. Muita gente parou de pegar táxi e nós temos uma concorrência muito desleal, que são os aplicativos. A gente só não confia muito até quando vai isso, se é uma coisa eleitoreira”.

Taxistas permissionários

Para Elias Apolinário Gomes, taxista permissionário há dois anos, é justo que quem tem a permissão repasse 30% do benefício para os auxiliares. Dos seis anos como taxista, três foram como auxiliar.

“Pelo que nós passamos desde a pandemia, sem auxílio nenhum, eu acho justo e vai ajudar muito porque todo mundo tem família”, argumenta Gomes.

“Combustível é o que mais pesa pra gente, vai quase R$ 100 por dia. Antes do combustível subir a gente gastava uma média entre R$ 50 e R$ 70 para rodar”, completa o permissionário.

O mesmo é dito pelo taxista Osmar Massao Sakamoto, de 61 anos, que também possui permissão pública e citou a inflação como fator que reduz o poder de compra.

“Vai aliviar bastante porque a gente já teve muita despesa, a pressão do combustível, que está desde o começo do ano subindo. A gente que vem bancando, então agora é hora da gente dar uma aliviada pelo menos até o final do ano”, disse.

Sakamoto considera mais difícil para a gestão do município ter controle do pagamento dos auxiliares, por conta da impossibilidade de saber os motoristas ativos no momento.

Aposentado há 24 anos, Carlo Petrocco possui permissão pública de táxi e disse saber pouco sobre o auxílio aprovado pelo Congresso. Segundo ele, os colegas aposentados também têm a mesma dúvida.

“Com o preço que está o combustível com o preço das corridas, a defasagem é muito grande. A gente ficou uns cinco ou seis anos sem nenhum reajuste”, conta.

Entenda o auxílio para taxistas

Parte da PEC Kamikaze, promulgada pelo Congresso em 14 de julho, o BEm-Taxista integra um pacote social pré-eleitoral que também aumentou o valor do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600, ampliou o vale-gás e criou um “voucher” para caminhoneiros.

O valor e o total de parcelas do benefício dos taxistas poderão ser ajustados de acordo com o número de beneficiários cadastrados. O valor liberado pela federação para a medida é de R$ 2 bilhões. Segundo o Ministério do Trabalho e Previdência, será publicada em breve uma portaria que regulamentará os detalhes da medida.

Uma segunda data de pagamento das duas primeiras parcelas foi determinada para o dia 30 de agosto. Nesse dia, recebe o pagamento os motoristas da cidades cujas prefeituras perderem o prazo de 31 de julho para enviar os dados dos trabalhadores. A previsão é que o pagamento das parcelas do auxílio aos taxistas de todo o país seja realizado até dezembro deste ano.

Ainda segundo a pasta, o cadastramento dos taxistas não garante o pagamento do Benefício Taxista. Os dados enviados pelos entes municipais e distrital serão analisados pela empresa de tecnologia Dataprev, para identificação dos profissionais elegíveis.

*sob supervisão de Arthur Menicucci

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FONTE: Lapada Lapada

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