A fisioterapeuta e ex-atleta profissional, Walkyria Fernandes, explica porque o lateral esquerdo precisará de um tratamento longo e cauteloso
O sonho do jogador Guilherme Arana, do Atlético-MG, em disputar a Copa do Mundo, este ano, terminou há alguns dias. Após uma “entrada” do jogador do RB Bragantino, Arana sofre uma lesão multiligamentar no joelho esquerdo. A fisioterapeuta e ex-atleta profissional, Walkyria Fernandes explica que a lesão sofrida acometeu diversos ligamentos, por isso o nome multiligamentar. “As lesões mais graves são aquelas de ruptura total dos ligamentos, onde é necessário cirurgia. Em casos raros, há rupturas totais que podem ser tratadas de forma conservadora. Mas, em casos de atletas de alta performance o caminho é mesmo a cirurgia reconstrutora do ligamento”, explica a especialista.
Cada tipo de lesão ligamentar tem um tempo de recuperação e de retorno ao esporte. “No caso do jogador Arana, umas das lesões foi a ruptura do ligamento cruzado posterior, e essa é a que mais demora para se recuperar. No caso do rompimento do ligamento cruzado anterior, o tempo de recuperação de acordo com a literatura é de 6 a 9 meses e esse tipo de lesão é a mais comum no futebol. No posterior, que se encaixa no caso do atleta, a recuperação varia entre 9 a 12 meses de fisioterapia. A associação ou não da lesão de outros ligamentos depende muito de como foi o trauma e do movimento que aconteceu a pancada”, orienta a especialista.
Walkyria Fernandes conta que em 2013, ela disputava a final do campeonato Estadual Paranaense de Karatê e fez um movimento de girar em cima da perna de apoio para não ser derrubada e rompeu o ligamento cruzado anterior. Ela precisou fazer uma cirurgia, um ano de fisioterapia e só depois disso voltou a treinar. Dois anos depois, participou do Campeonato Mundial de karatê, na Eslovênia, que foi a primeira competição após a lesão; e ela foi vice-campeã mundial. “Foi super difícil a recuperação, mas valeu a pena. Um dos grandes problemas da ruptura no atleta é que ele perde a segurança naquela articulação. É preciso uma fisioterapia muito intensa para recuperar a confiança e voltar para as competições”, conta a fisioterapeuta, ex- atleta profissional.Sobre Walkyria Fernandes:
Walkyria Fernandes é graduada em Fisioterapia pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (Paraná) há 18 anos. Tem especialização em ortopedia e traumatologia desportiva, pela Faculdade Evangélica do Paraná. Além disso, conta com uma especialização em osteopatia pela Escuela de Osteopatía de Madrid (EOM) e D.O. reconhecido pela Scientific European Federation of Osteopaths (SEFO). É mestre em Tecnologia em Saúde, pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC), e fez doutorado sanduíche — parte na UniNove, em São Paulo e parte na Universidade de Sevilla, na Espanha. Ela, também, é ex-atleta, vice-campeã mundial de Karatê.
A fisioterapeuta clínica ainda é idealizadora do método “Raciocínio Clínico Avançado — RCA 360”, curso on-line que já conta com mais de 5 mil alunos no Brasil e em nove países. Já foi proprietária de uma grande clínica de fisioterapia no estado do Mato Grosso, onde também atuou durante 7 anos como professora de anatomia, na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMT), no curso de Medicina.
FONTE: mtesporte
