Pela primeira vez na história, Mato Grosso elege duas mulheres para a Câmara dos Deputados. Assumirão a partir de 1º fevereiro as estreantes Amália Barros e Coronel Fernanda, ambas do PL. O crescimento das mulheres também conta com a hoje deputada federal Rosa Neide (PT), que foi a mais votada entre todos os candidatos, mas que não conseguiu ser reeleita. As urnas estão em 99,05% de apuração e, quando concluído, esses números serão atualizados.
Amália Barros, que tem como madrinha a primeira-dama federal Michele Bolsonaro, tem 69.635 votos. Sua campanha foi focada na acessibilidade, uma vez que é monocular e tem uma lei federal em seu nome, que garante às pessoas monoculares os mesmos direitos e benefícios de pessoas com deficiência (PcD). Esta é a primeira vez que ela disputa uma eleição.
Já a Coronel Fernanda recebeu 60.073 votos. Ela fez sua campanha como “soldado fiel” do presidente Jair Bolsonaro, do mesmo partido. Em poucas ocasiões, ela defendeu bandeiras conservadoras, mas sempre exaltou que pretende ser base de sustentação em um eventual segundo mandato do presidente.
Esta é a mesma postura adotada por ela em 2020, quando se candidatou ao Senado por Mato Grosso. Na ocasião, os eleitores mato-grossenses foram às urnas para eleger um substituto na vaga da senadora cassada Juíza Selma Arruda, condenada por abuso de poder econômico e crime caixa dois no pleito de 2018.
Rosa Neide, por sua vez, fez história ao ser a candidata mais votada em Mato Grosso. Com 99,76% das urnas apuradas, ela soma 124.310 votos, uma diferença de quase 26 mil votos para o segundo mais votado. Para se ter uma ideia, ela recebeu mais que o dobro de votos do último deputado eleito, o Coronel Assis (PL), que teve 47.408 votos.
Apesar da expressiva votação, sua aliança, a Federação Brasil de Esperança (PCdoB, PT e PV), teve uma votação pífia, com péssima articulação e estratégia política. O segundo colocado da aliança é o ex-juiz federal Julier Sebastião (PT), que aparece extremamente atrás, com apenas 7.620.
O sistema eleitoral brasileiro estipula que as vagas proporcionais são conquistadas coletivamente. Portanto, as cadeiras são distribuídas considerando o quociente eleitoral. O cálculo consiste em dividir o número de votos válidos – que desconsidera as abstenções, brancos e nulos – pela quantidade de vagas. O resultado é o quociente eleitoral, valor estipulado para cada cadeira.
Assim, define-se quantas vagas cada partido, ou federação, tem direito. Além desta distribuição ainda há a eleição por média e de restos.
Diante dessa complexidade, que compreende que os Parlamentos representam ideias, por isso a distribuição feita pela coletividade, a aliança de Rosa Neide não conseguiu atingir o mínimo exigido para que ao menos um de seus líderes fosse eleito.
Em 2014, o candidato Procurador Mauro (Psol) foi um dos mais votados também. Ele ficou em 7º lugar ao receber 84.208 votos, mas também não foi eleito.
FONTE: Folha Max







