Autora da proposta de cassação do agora ex-vereador Marcos Paccola (Republicanos), a vereadora Edna Sampaio (PT) revela que tem recebido diversas mensagens de ódio em suas redes sociais e avalia a possibilidade de andar com escolta armada. A declaração ocorreu nesta quarta-feira (5), após a sessão extraordinária na Câmara de Cuiabá, que cassou o mandato de Paccola.
“Eu me sinto ameaçada pelas frases de ódio que recebi pelas redes sociais e hoje durante a sessão. Havia um senhor que estava na galeria, do lado do Paccola, que fazia gestos intimidatórios para mim. Eu indiquei isso à Mesa e, então, com certeza me sinto ameaçada. Nós estamos falando da cassação de um mandato de alguém que teve autorização do povo para estar aqui representando. Não é qualquer coisa, não é um dia alegre, não é uma decisão feliz. É uma decisão necessária e infeliz, porque infelicidade aconteceu aqui nesse parlamento e era necessário tomar uma providencia com relação a isso. Eu vou avaliar se é necessário [seguranças], acho que seja, só ainda vou conversar com a minha equipe de advogados e com o próprio presidente da Casa e, se for necessário, vou pedir proteção”, afirmou a parlamentar.
Edna ainda ressaltou que não acredita que a decisão da cassação possa revertida, uma vez que ex-vereador recebeu ampla oportunidade de defesa, mas preferiu não fazê-lo. “Eu li todo processo, li o relatório da Comissão de Ética, vi relatório do relator da comissão, e ele foi noticiado em todos os momentos para fazer a sua defesa. Ele não fez a sua defesa durante o processo, ele preferiu assim. A Comissão de Ética por três vezes indicou um advogado dativo para fazer a defesa dele. Então, acho que todas as possibilidades de ampla defesa foram garantidas ao vereador Marcos Paccola, e deu nisso que está ai”, afirmou.
A decisão pela cassação de Paccola ficou por 13 votos favoráveis a cinco contrários e três abstenções, por quebra de decoro parlamentar. A sessão que decidiu pela cassação do parlamentar contou 21 vereadores presentes começou na manhã desta quarta-feira (5), às 9h e terminou pouco antes das 14h. Além disso, a sessão foi tomada por um alto clamor popular, onde de um lado estavam amigos e familiares de Alexandre pedindo justiça, e do outro, apoiadores e admiradores de Paccola, que pediam a não cassação do vereador.
O pedido de cassação foi feito pela vereadora Edna Sampaio (PT), alegando quebra de decoro parlamentar, que em sua fala destacou que se a Casa não cassasse o tenente coronel, seria o próprio parlamento que seria julgado pela população. A petista relembrou as cassações de Lutero Ponce, Ralf Leite, João Emanuel e Abílio Brunini, destacando que nenhum deles perdeu o cargo por um caso grave, como o de um assassinato pelas costas.
Em sua fala na tribuna, Paccola chorou em seu discurso de defesa na tribuna e afirmou não ter ficado satisfeito com o episódio que terminou com a morte do agente socioeducativo e pediu que os parlamentares o julgassem pelas suas convicções.
FONTE: Folha Max