Haddad participou de edição especial do Roda Viva, da TV Cultura. Tarcísio havia cancelado sua presença ao programa já na última semana, antes, portanto, do ocorrido nesta segunda.
O candidato do Republicanos, líder nas pesquisas, também não compareceu a debate organizado por um pool formado por Estadão, Rádio Eldorado, SBT, CNN, Veja, Terra e Rádio Nova Brasil na última sexta (14), quando o petista também compareceu sozinho. No primeiro turno, Tarcísio teve 42,3% dos votos válidos, e Haddad, 35,7%.
Ao Roda Viva, o petista afirmou ver “com muita preocupação” o fato de a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) ter incluído o episódio em Paraisópolis em seu programa eleitoral na TV na noite desta segunda. “Eu mesmo, uma hora da tarde, liguei para o Tarcísio, que me retornou sete da noite, seis horas depois, devia estar atribulado. E me relatou que ele próprio descartava qualquer motivação política do do que teria acontecido lá em Paraisópolis.”
“Eu acho que o bolsonarismo está fazendo um uso oportunista. Esse tipo de coisa põe em risco a vida do Tarcísio e a minha. Eu não ando, por exemplo, com segurança armado. Eu não ando com um policial militar à paisana, nem me foi oferecido policial militar à paisana, como foi oferecido para ele. Eu tenho segurança, mas eu faço questão de não andar com segurança armado. Então isso coloca em risco a integridade dos candidatos, a partir do momento que você faz um tipo de alarde dessa natureza, de forma oportunista, para tentar ganhar algum dividendo eleitoral.”
Em entrevista coletiva na capital paulista à tarde, Tarcísio afirmou que o tiroteio não foi um atentado, nem teve relação com as eleições. Segundo o candidato, foi um “ato de intimidação”. “Não foi um atentado contra a minha vida, não foi um atentado político, não tinha cunho político-partidário. Foi um ataque no sentido de que, se você intimida uma pessoa que está lá fazendo uma visita, isso é um ataque.”
“Qual a leitura que a gente faz: foi um ato de intimidação. Foi um recado claro do crime organizado que diz: ‘Vocês não são bem-vindos aqui. A gente não quer vocês aqui dentro’. Para mim é uma questão territorial. Não tem nada a ver com uma questão política. Não tem nada a ver com uma questão eleitoral. Mas é uma questão territorial, que acontece aqui em favelas e comunidades do estado de São Paulo.”
“Em nenhum momento eu disse que era atentado, primeira coisa. Segunda coisa: esse tipo de troca de tiro ali não é comum. E aí vamos lembrar que o crime organizado aqui em São Paulo é hegemônico em determinadas regiões. Então, não é comum você ter troca de tiro”, afirmou.
FONTE: Lapada Lapada