terça-feira, agosto 26, 2025

Justia tira tornozeleira de PM que deu cobertura a roubo de 9 quilos de cocana

 

A juíza da 7ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça (TJMT), Ana Cristina Silva Mendes, autorizou a retirada da tornozeleira eletrônica do policial militar Manoel José de Campos, um dos réus de um processo derivado da operação “Renegados”. O benefício foi concedido em razão do servidor da segurança pública de Mato Grosso realizar um tratamento de câncer, e apresenta estado “grave” de saúde.

A decisão da juíza é do último dia 11 de novembro. Manoel José de Campos chegou a ser preso em 2021 mas obteve o direito à prisão domiciliar após comprovar no processo que passa por um tratamento de câncer. Beneficiado neste momento com a retirada da tornozeleira, entretanto, o policial militar não poderá mudar de endereço sem prévia comunicação ao juízo, além de ter que comparecer “a todos os atos do processo, quando devidamente intimado”.

“Com relação ao acusado Manoel José de Campos, observo que se encontra em prisão domiciliar, com monitoramento eletrônico desde 21 07/07/2021, cuja prisão preventiva foi substituída, em virtude do seu estado grave de saúde, conforme foi comprovado nos autos, de modo que por questões humanitárias, entendo que a revogação da referida prisão é o que se impõe neste momento processual”, analisou a juíza.

Manoel José de Campos, conhecido como “Nequinha”, teria dado “cobertura” a outros membros da quadrilha, policiais civis, que “roubaram” 9 KGs de cocaína e R$ 27 mil de um traficante de drogas de Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá, no ano de 2018.

Na mesma decisão, Ana Cristina Silva Mendes manteve a prisão de outro policial militar, Adilson de Jesus Pinto, além do empresário Delisflásio Cardoso Bezerra, o “Flasininho”, por não alteração da situação processual, nem fatos novos que pudessem beneficiá-los.  

OPERAÇÃO RENEGADOS

A juíza da 7ª Vara Criminal do TJMT, Ana Cristina Silva Mendes, aceitou uma denúncia contra 25 policiais e ex-policiais, civis e militares, além de “apoiadores” e “informantes”, que fariam parte de uma organização criminosa que atuava na PJC de Mato Grosso. Os réus são acusados de concussão (receber ou exigir propina em razão do cargo que ocupam), roubo (com uso de arma de fogo, sob violência, mantendo as vítimas sob seu poder), além de “importar, produzir, transportar ou vender drogas”.

A decisão da juíza Ana Cristina Silva Mendes, publicada em 31 de maio de 2021, aponta ainda que a organização criminosa utilizou menores de idade para cometer os crimes. Tornaram-se réus Edilson Antônio da Silva, Alan Cantuário Rodrigues, Júlio Cesar de Proença, Paulo da Silva Brito, Rogério da Costa Ribeiro, André Luis Haack Kley, Frederico Eduardo de Oliveira Gruszczynski, Dhiego de Matos Ribas, Evanir Silva Costa, Raimundo Gonçalves Queiroz e Domingos Sávio Alberto de SantAna.

 Ainda fariam parte da organização criminosa Reinaldo do Nascimento Lima, Natália Regina Assis da Silva, Manoel José de Campos, Jovanildo Augusto da Silva, Genivaldo de Souza Machado, Neliton João da Silva, Adilson de Jesus Pinto, João Martins de Castro, Delisflásio Cardoso Bezerra Da Silva, Sandro Victor Teixeira Silva, e Kelle de Arruda Santos, que também viraram réus no processo.

Segundo informações da decisão que aceitou a denúncia, a organização criminosa era dividida em quatro subgrupos – núcleo de integrantes da Polícia Judiciária Civil, núcleo de ex-integrantes da Polícia Judiciária Civil, núcleo de apoio aos integrantes e ex-Integrantes da Polícia Judiciária Civil e núcleo dos informantes. O MPMT revela que pelo menos 12 ações criminosas foram realizadas pelo grupo.

As práticas criminosas teriam resultado numa extorsão em dinheiro no valor de mais de R$ 1 milhão, além do “roubo” (e posterior “revenda”) de nada menos do que 139 quilos de drogas (pasta base e cocaína).

FONTE: Folha Max

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