Segundo a família de Marcelo, ele tinha deixado um dos dois filhos em uma escolinha de futebol e estava de moto, a caminho do trabalho em uma marmoaria, quando foi atingido, no dia 4 de janeiro. A PM chegou a dizer que agentes realizavam patrulhamento na região quando criminosos atiraram contra os policiais. Parentes negam que havia confronto no local – o que foi confirmado pelas investigações do MP.
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De acordo com a denúncia, proposta pela 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada – Núcleo Centro, o disparo que o matou aconteceu sem justificativa plausível, uma vez que não havia troca de tiros no local e nem risco à vida do policial, que estava abrigado dentro de um veículo blindado.
Marcelo Guimarães foi morto por PMs na Cidade de Deus — Foto: Reprodução/TV Globo
O crime foi denunciado ao Tribunal do Júri. A denúncia também requer que, até o julgamento, Ney Júnior seja afastados das operações policiais e das funções externas de patrulhamento, devendo apenas realizar serviços internos no batalhão de Polícia Militar.
“Tal se dá porque, efetivamente, não se pode pretender manter ativo na tropa, em patrulhamento, policial que efetua disparos contra população civil sem qualquer justificativa, culminando em acertar um transeunte”, narra trecho da denúncia.
Ainda de acordo com a ação, o veículo em que o PM estava não apresentou nenhuma marca de tiro. “Fato este que, mais uma vez, contradiz a versão apresentada pelo denunciado em depoimento à Delegacia de Homicídios, de que estaria ocorrendo uma troca de tiros no local, no momento em que Marcelo foi acertado com um tiro de fuzil no peito”, disse o MP.
FONTE: Lapada Lapada