sábado, novembro 8, 2025

Ministro da Agricultura afirma que Lula não compactua com invasão de terras produtivas

Ministro da Agricultura afirma que Lula não compactua com invasão

Evelin Mendes

Brasil 61

Ao discursar na abertura da Expodireto Cotrijal 2023, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, criticou  a invasão de  propriedades privadas. Fávaro afirmou que o Governo Federal é contrário a esse tipo de movimento. “Em hipótese alguma vamos compactuar com a invasão de terra produtiva”, afirmou Fávaro.

A afirmação do ministro foi feita em meio ao crescimento de invasões de propriedades rurais espalhadas pelo país no decorrer das últimas semanas. Durante o Carnaval, a Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL) invadiu mais de 10 fazendas em São Paulo, no Paraná e no Rio Grande do Sul. 

Na última semana, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupou terrenos mantidos pela empresa Suzano Papel e Celulose em quatro municípios da Bahia. 

Fávaro afirmou no seu discurso que os invasores serão punidos de acordo com a lei. E citou que José Rainha Júnior, fundador da FNL, foi preso no último fim de semana pela Polícia Civil de São Paulo. O militante é suspeito de extorquir produtores rurais no interior paulista. “Outros que queiram continuar tomando atitudes radicais contra a propriedade privada sofrerão o rigor da lei”, pontuou o ministro. 

Invasões domo resultado da convivência histórica com a impunidade 
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) se manifestou, por nota, sobre as invasões promovidas no sul da Bahia, pelo MST. No texto, a FPA afirma que se posiciona a favor do direito de propriedade e contra todo e qualquer tipo de invasão. “A importância desse direito e seu reconhecimento é, inclusive, uma das principais bandeiras da bancada no Congresso Nacional”. 

Parlamentares cobram o governo

Com o retorno das invasões, parlamentares estão buscando reduzir os estragos por meio de projetos de lei e requerimentos . As iniciativas protocoladas na Câmara dos Deputados vão desde pedidos de informações sobre as ações que o governo está adotando para impedir a prática até um um projeto para incluir a invasão armada na Lei de Terrorismo. 

Uma das iniciativas é do deputado Capitão Alden (PL-BA), que propõe “caracterizar como ato de terrorismo a invasão armada de terras particulares, terrenos, lotes, casa ou imóvel rural, com intenção de ser o futuro proprietário, praticada como violência ou grave ameaça, mediante concurso de mais de duas pessoas”. 

O deputado apresenta como justificativa as recentes invasões na Bahia e afirma que grupos armados, sob o argumento de “invasão de terras improdutivas”, passaram a adotar atitudes criminosas e terroristas. 

Marcos Polon (PL-MS) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP) apresentaram projetos semelhantes entre si, que preveem impedimentos para quem invadir terras. Na proposta de Polon, o invasor fica proibido de receber benefícios de programas sociais do governo federal e de assumir cargo público. 

Já no projeto do deputado Eduardo Bolsonaro o invasor seria impedido de participar de concursos públicos federais, de ser nomeado para cargos públicos comissionados, de contratar com o poder público federal e de se matricular em estabelecimentos oficiais de ensino. 

Medidas do Governo Federal

O deputado Evair de Melo (PP-ES) apresentou requerimento propondo a criação de uma comissão externa para fiscalizar e verificar a motivação, as causas e as consequências das invasões em propriedades rurais. O pedido destaca a falta de punição adequada aos atos praticados. 

Pedido semelhante fez o deputado Zé Trovão (PL-SC). “Para garantir que o setor agropecuário possa avançar com segurança, gerando emprego, renda e alimento na mesa da população, requeremos que o governo federal informe quais as atitudes tomadas contra as invasões de terras no Brasil”. 

Já a deputada Adriana Ventura (Novo-SP) protocolou um pedido de informações ao ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira. A deputada quer saber quais medidas o governo está tomando para coibir as invasões, qual a sua posição e se há procedimentos instaurados para investigar os atos. 

MST planeja mais invasões

Lideranças do MST afirmam que devem ocorrer mais invasões em abril, caso o governo não apresente um plano nacional de reforma agrária que contemple um cronograma de assentamentos durante todo o governo Lula. O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) também cobra que as nomeações para as superintendências regionais do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), órgão responsável pelos assentamentos, sejam aceleradas. O movimento pede que os indicados tenham ligação com o movimento da reforma agrária.

Em São Paulo, governo amplia monitoramento

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ampliou o monitoramento no estado sobre eventuais invasões dos sem-terra. A operação vem sendo coordenada pelas secretarias de Agricultura e Segurança Pública.

O governo paulista calcula que cerca de 5 mil sem-terra invadiram propriedades rurais na região de Presidente Prudente durante o Carnaval. Além dessa região, onde tradicionalmente há conflitos entre sem-terras e fazendeiros, também existe uma preocupação com o acampamento do MST na região de Campinas. chamado Marielle Vive. Segundo estimativas há ali 500 famílias acampadas. 

Em nota, a Sociedade Rural Brasileira (SRB), presidida por Sérgio Bortolozzo, parabenizou a atuação do governo paulista. “A postura do governo de São Paulo é o que o produtor rural espera dos governantes, ou seja, que se cumpra a lei estabelecendo a segurança e a ordem. A omissão diante do crescente movimento de invasões pelo país promove a impunidade, traz insegurança jurídica e freia o desenvolvimento e a geração de emprego e renda”, destacou a SRB. 

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FONTE: SEMANA7

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