O frio chegou de forma intensa até mesmo no Centro-Oeste. Em Goiânia, uma rede de solidariedade se formou para ajudar quem vive nas ruas.
- Frio intenso e antecipado faz crescer venda de aquecedores
- Cidades do sul do país registram geadas e temperaturas negativas
Em um restaurante de Goiânia, a tradicional “jantinha” custa R$ 25 ou a doação de um cobertor. Na cafeteria, o expresso sai de graça para quem doar um agasalho.
“A ideia é que a gente realmente entenda da importância de doar. Você vai aquecer o frio de alguém, aquecer o coração de alguém”, diz a empresária Lauriene Monteiro.
As temperaturas baixas, incomuns para Goiás, fizeram surgir uma onda gigantesca de solidariedade. Em uma campanha nas redes sociais, um grupo arrecadou roupas, agasalhos e cobertores para ajudar pessoas em situação de rua.
“Se para gente, dentro de casa, com nosso cobertor está muito frio, imagina eles na rua. Ninguém está na rua porque quer. Ninguém está na rua porque ‘ah, eu não quero nada com nada, eu não quero trabalhar’. Não. Eles têm uma história, eles têm um porquê”, diz a voluntária Thaiza Bueno.
Tambores foram espalhados por diferentes cantos da cidade para também receber doações. Já são mais de 70 mil cobertores. Na madrugada fria, voluntários entregam para quem precisa.
O salão da igreja virou abrigo. “Uma noite numa cama quentinha, passar uma noite onde elas possam ter o mínimo de carinho e de amor possível. Certamente é um frio que pode matar uma pessoa, principalmente se ela estiver em algum estado difícil”, afirma o pastor Dirço de Sousa.
O frio histórico fez lotar as duas casas de acolhida mantidas pela prefeitura de Goiânia. Foi preciso improvisar uma terceira opção de abrigo no Mutirama, que é o parque de diversões municipal.
“O pessoal em situação de rua vive envergonhado. E com isso é um carinho. Está todo mundo imbuído. Goiânia é uma cidade solidária”, afirma o voluntário Tio Cleobaldo.
Elielton Silva Santos Fontinela, servente de pedreiro, ganhou roupas, comida e um cobertor. Em um telefonema, veio a oportunidade que ele mais procurava.
“Eu não tenho palavras, porque ontem eu estava aqui dormindo, e hoje cedo já consegui um emprego. Uma moradia. Estou feliz. Só glória”, comemora.
FONTE: Lapada Lapada