Já somam 50 taças, isso mesmo, o Esporte Clube Bahia precisará aumentar a sala de troféus, pois com a vitória, aliás, com o triunfo de ontem, como já me ensinou certa vez o Vitor Ferraz (VP do Bahia) “o Bahia não tem vitória e sim triunfo” (rivalidade a flor da pele), conquistou mais uma vez o campeonato baiano de futebol.
A título de curiosidade, o que poucos sabem é que além de maior campeão baiano, o Bahia é o primeiro clube brasileiro que disputou a Copa Libertadores da América, isso em 1960. Também foi pioneiro em 2018/2019, entre os clubes da elite do futebol brasileiro, a criar a marca própria e fabricar seus uniformes.
Clube quase centenário, esse ano completam dez anos do fim do conturbado período de democratização compreendido entre os anos de 2011 e 2013, quando sofreu com as intervenções judiciais em razão, dentre outras, da falta de transparência com apontamentos de irregularidades nas eleições, folha de pagamento e graves violações ao estatuto do clube.
Após muita confusão e a terceira intervenção judicial, em assembleia geral, ficaram definidas e aprovadas alterações no estatuto do clube e Fernando Schimidt foi o primeiro presidente escolhido pelo voto dos torcedores, dando início assim a profissionalização da gestão do Esporte Clube Bahia.
O clube passou a ser tratado com maior responsabilidade, os dirigentes passaram a ser profissionais com dedicação exclusiva e para tanto percebendo salário definido pelo conselho deliberativo, conforme disposição estatutária.
De lá pra cá o Bahia mudou seus rumos, permaneceu cinco temporadas seguidas na elite do futebol brasileiro, conquistou duas Copas do Nordeste e seis Campeonatos Baianos, além de ter participado várias vezes da Copa Sulamericana, mas as suas maiores conquistas recentes foram a transformação em SAF e a concretização da venda ao grupo City.
A venda de 90% da SAF ao grupo City, elevou o clube a outro nível e visa garantir o investimento mínimo de R$ 1 bilhão divididos em um período de quinze anos.
Além do grande aporte financeiro, o Bahia passou a fazer parte de um grande grupo global que possui ramificações mundo a fora e proporciona reais possibilidades de intercâmbio de atletas entre as equipes do grupo, são elas: Manchester City (Inglaterra), New York City (Estados Unidos), Melbourne City (Austrália), Mumbai City FC (Índia), Lommel SK (Bélgica), ESTAC Troyes, (França), Montevideo City Torque (Uruguai), Yokohama Marinos (Japão), Girona (Espanha), Sichuan Jiniu (China), Palermo (Itália) e Bolívar (Bolívia).
Será que a SAF seguida da venda ao grupo City é a solução ideal para o bicampeão Bahia voltar a conquistar um título nacional? Só o tempo nos dirá, o que sabemos é que o projeto já está mostrando resultados, apesar de ser pensado a médio e longo prazo, bem como possuir um futuro promissor, principalmente pelos previstos investimentos na base que podem render bons frutos.
Para essa temporada, além das renovações, o Bahia contratou reforços em todas as posições, foi praticamente um elenco inteiro, ao todo quase vinte atletas. O primeiro título da nova era do Esporte Clube Bahia como SAF e pertencente ao grupo City já veio, mas agora o desafio é bem maior, pois vai começar o Brasileirão 2023 que certamente será um dos mais disputados dos últimos anos.
Diogo Pécora, advogado e comentarista esportivo.
FONTE: mtesporte