quinta-feira, agosto 21, 2025

Justia determina busca e apreenso de comandas e HD com imagens

 

A juíza Tula Corrêa de Mello, da 3ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, determinou na quinta-feira (27) a busca e apreensão do HD onde estão registradas as imagens do tiroteio no bar e restaurante Beco Meat Store, em Campo Grande, na Zona Oeste.

A ação aconteceu em janeiro de 2022 e terminou com quatro feridos e mais de 50 disparos no estabelecimento lotado.

As primeiras imagens divulgadas do tiroteio foram entregues à Justiça em um pendrive, no entanto, um técnico de informática guarda o HD com a gravação de todas as câmeras e da ação completa do dia.

“A diligência deve ser cumprida em caráter de urgência, ressaltando no mandado que, ao cumprir a diligência da extração das gravações, deverá ir acompanhado de um técnico de informática para evitar a possibilidade dos arquivos serem apagados”, determinou a magistrada.

Juíza também pediu comandas do bar

A juíza também solicitou a apreensão das comandas do bar, já que, segundo uma testemunha, o local solicita nome e RG dos clientes para entrar.

“Determino a expedição de mandado de busca e apreensão a ser cumprindo com urgência no estabelecimento Beco Meat Store, a fim de que forneça a integralidade das comandas abertas na data dos fatos, considerando a data 30 e 31 de janeiro de 2022 em razão do horário dos fatos”, solicitou.

As determinações foram feitas após a terceira audiência de instrução e julgamento, na segunda-feira (24), em que testemunhas foram ouvidas sobre o caso.

Apesar da investigação policial só ter começado na quarta-feira (26), 14 meses após o fato, o Ministério Público denunciou o policial militar Felipe Augusto Cancellas como o autor dos disparos. Ele está preso desde o dia do crime e responde a um processo no 3ª Tribunal do Júri por quatro tentativas de homicídio e uma lesão corporal.

No entanto, as imagens de ‘faroeste’ divulgadas pelo RJ2, é possível ver que o tumulto no bar contou com, ao menos, seis agentes de segurança e outras pessoas armadas.

Entre as cenas chocantes, é possível destacar imagens inusitadas: um homem com duas pistolas, um atirador que não larga seu copo, um rapaz ferido na cabeça bebendo cerveja, um homem agachado para escapar dos tiros e preocupado em não perder seu balde de bebidas, além de outro homem sentado no bar, tranquilo e calmo, enquanto tudo ao redor parece um caos.

Mais de 50 tiros

Em depoimento à Polícia Civil, a dona do bar Bruna Cruz Pereira disse que o tiroteio que terminou com quatro feridos contou com mais de 50 disparos na direção do estabelecimento lotado.

De acordo com o depoimento de Bruna Cruz, que a TV Globo teve acesso, a confusão começou por volta das 22h45. Ela disse que estava no caixa do estabelecimento quando ouviu um barulho de gritaria e uma briga entre clientes.

Segundo ela, os seguranças do bar foram acionados para tentar conter o tumulto. Sem sucesso, Bruna e mais alguns funcionários foram para a cozinha do bar para buscar proteção. Foi de lá, que ela teria escutado o primeiro tiro.

“Quando a declarante se encontrava na cozinha ouviu o primeiro tiro e posteriormente a declarante ouviu diversos disparos de arma de fogo. Na percepção da declarante foram mais de 50 tiros”, dizia o depoimento assinado por Bruna Cruz na 35ª DP (Campo Grande), na madrugada do tiroteio.

Confusão em hospital

As imagens obtidas pela TV Globo, Cancellas é o primeiro a sacar uma arma durante a confusão, ainda dentro do bar de Campo Grande. Contudo, ele não efetua nenhum disparo no interior do estabelecimento.

A namorada de Felipe Cancellas, Paula Nascimento de Souza, também foi baleada no tiroteio. Após o confronto no bar, os dois foram até o Hospital Municipal Rocha Faria, também em Campo Grande, para tratar os ferimentos no pé de Paula.

No local, Cancellas se envolveu em mais uma confusão naquela noite. Ele se desentendeu com o policial militar Cleber Maciel Costa Pinheiro. Felipe deu uma coronhada em Maciel.

A confusão no hospital teve arma em punho, voz de prisão e mais três PMs envolvidos, dois que estavam no bar no tiroteio e um que estava de serviço, como plantonista na unidade de saúde.

O tumulto no hospital só terminou com a chegada de outras viaturas da PM, que acabou levando todos os envolvidos para a delegacia. Na unidade policial, os investigadores decidiram retornar no bar para interrogar testemunhas.

No começo da manhã do dia 31, Felipe Cancellas recebeu voz de prisão em flagrante, por tentativa de homicídio.

Andamento do processo

Em 14 meses, o caso de Felipe Cancellas já passou por três audiências de instrução e julgamento no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Em todas as oportunidades, o Ministério público tentou pedir o HD original do bar, com todas as imagens feitas pelas câmeras de segurança do local naquele dia.

Segundo a denúncia do Ministério Público, “os crimes foram praticados por motivo torpe, vingança, em razão de uma briga ocorrida entre um amigo do denunciado, e frequentadores do bar”.

Na denúncia contra Fabio Cancellas, o MP também pede, além da condenação, o pagamento de indenização às vítimas do tiroteio.

FONTE: Folha Max

comando

DESTAQUES

RelacionadoPostagens