sábado, agosto 23, 2025

Mesmo proibido, ‘chip da beleza’ continua sendo vendido no Brasil

Desde abril, médicos estão proibidos pelo Conselho Federal de Medicina de receitar terapias hormonais com anabolizantes ou esteroides para fins estéticos, de ganho de massa muscular ou para melhora do desempenho esportivo. ‘Chip da beleza’ continua a ser vendido
Há um mês, o Conselho Federal de Medicina proibiu a prescrição médica de terapias hormonais para fins estéticos. Mas o chamado “chip da beleza” continua sendo vendido.
A oferta é variada na internet – e com acompanhamento médico.
“Você pode fazer o tratamento através de medicação via oral. Aplicação, que você pode vir realizar aqui na clínica mesmo. Tem gel, tem pomada e também tem o implante. Mas aí, em consulta, o doutor vai te apresentar todos que podem te atender”, diz uma atendente.
O Jornal Nacional falou com consultórios médicos em quatro estados do Brasil. A produtora perguntou sobre as terapias hormonais para mulheres.
Desde abril, médicos estão proibidos pelo Conselho Federal de Medicina de receitar terapias hormonais com anabolizantes ou esteroides para fins estéticos, de ganho de massa muscular ou para melhora do desempenho esportivo. O CFM justificou a decisão dizendo que não há comprovação científica sobre a segurança para quem usa.
O conselho avisou, na época, que médicos que insistirem na indicação desse tipo de tratamento podem sofrer punições que vão de uma advertência até a perda do registro. O CFM diz que a fiscalização deve ser feita pelos conselhos regionais de medicina, mas admite que a estrutura ainda é pequena.
“Por isso que a população é de grande importância para nos ajudar nesse sentido para que nós possamos fazer uma fiscalização rigorosa naquelas pessoas que estão afrontando, prejudicando a sociedade brasileira”, afirma José Hiran da Silva Gallo, presidente do Conselho Federal de Medicina.
A diretora da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia faz um alerta a pacientes e médicos que ainda receitam sobre os riscos da terapia hormonal para fins estéticos.
“Para uma pessoa que não tem deficiência, você começa a somar os efeitos. Então, você começa a sobrecarregar o seu corpo com excesso de hormônios e isso pode desencadear diversos efeitos, como problemas no fígado, problemas renais, levando à insuficiência renal. A gente pode ter risco do aumento da pressão arterial, até mesmo o risco de um evento cardiovascular, como um derrame cerebral ou infarto agudo do miocárdio”, explica Karen Seidel, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
A advogada Karine Bessone queria um corpo sarado e mais autoestima quando decidiu botar o “chip da beleza” em 2021. Mas logo depois teve ganho de peso, espinhas e suor noturno. Ela diz que para remediar os efeitos colaterais, a médica receitou mais chips – foram três.
“Paguei mais um valor bem expressivo para colocar outro chip. Hoje está o seguinte: eu tenho os três chips aqui dentro de mim”, conta.
LEIA TAMBÉM
‘Chip da beleza’: implante não tem aprovação, pode alterar o clitóris e mudar a voz; veja 10 pontos
Especialistas explicam os perigos que levaram o Conselho Federal de Medicina a proibir o uso de anabolizantes para fins estéticos
Karine diz que a médica garantiu que os implantes não estão mais liberando hormônios e que os chips – como estão – não representam risco. Para retirá-los, ela teria que fazer uma pequena cirurgia. Mas, por enquanto, ela está preocupada em recuperar a saúde. Para isso, procurou outro médico.
“Eu fiz isso puramente por estética e uma estética que eu não consegui. Eu te garanto que foi um ano e meio da minha vida para tudo voltar ao normal”, diz Karine.

FONTE: Lapada Lapada

comando

DESTAQUES

RelacionadoPostagens