quinta-feira, novembro 21, 2024

Suspeito da morte de Jeff Machado fingiu ser o ator ao alugar casa

 

A casa onde o corpo de Jeff Machado estava enterrado foi alugada em 12 de dezembro de 2022. O contrato foi feito informalmente, apenas por mensagens de texto entre a proprietária e o inquilino, que se apresentou a ela como “Jefferson”. Contudo, depoimentos obtidos com exclusividade pelo GLOBO mostram que, na verdade, a locação foi feita por Bruno de Souza Rodrigues, produtor de TV foragido por envolvimento na morte do ator.  

De acordo com as investigações da polícia, o produtor, há pelos menos 50 dias do assassinato de Jeff, já demonstrava interesse no aluguel e entrou em contato com a proprietária se passando pelo artista. Bruno Rodrigues inicia a locação usando um número de telefone diferente ao do ator e, em março, usa outro numeral, identificado por outras testemunhas como sendo dele. 

Locação 

Bruno Rodrigues era amigo de longa data do antigo morador da quitinete, que viveu no imóvel por seis anos. O ex-inquilino ligou para a proprietária perguntando se a casa estava vazia, pois um amigo tinha interesse no aluguel. A mulher confirmou e permitiu que seu contato fosse compartilhado com o interessado.  

Foi assim que, em 1° de dezembro, uma pessoa se apresentou a ela como Jefferson, pedindo mais detalhes sobre a casa. Os dois nunca se encontraram e toda a negociação foi feita por texto no WhatsApp. A locação ficou em R$ 300 e o primeiro pagamento aconteceu em 12 de dezembro. Este foi o único aluguel pago durante os cinco meses de contrato. As chaves estavam com uma antiga inquilina, que as entregou no dia 20 para o suposto Jefferson.

Toda a contratação foi feita a partir de um número de celular que não era o de Jeff Machado e que, inclusive, foi identificado por outras testemunhas como sendo de Bruno. Esse mesmo número ligou para o taxidog que levou os cachorros de Jeff para um imóvel em Santa Cruz, onde foram abandonados. O motorista reconheceu o produtor.

Em 1° de fevereiro, de acordo com depoimentos, o suposto Jeff teria avisado à proprietária que a quitinete precisava de obras. Depois dessa data, a pessoa por trás do número parou de responder à mulher e não pagou mais os aluguéis.

Em 15 de março, um novo número manda mensagem para ela, explicando ser Jefferson e pedindo desculpa pelo atraso nos pagamentos. Ele diz ter perdido os dados bancários dela, além de estar passando por dificuldades pessoais. O aluguel continua por mais um mês, ainda sem pagamento.

Em 16 e 18 de maio, um depósito de R$ 3 mil é feito para quitar a dívida. Já no dia 24 de maio, dois dias após a polícia encontrar o corpo de Jeff no quintal da quitinete, uma ligação pelo novo número é feito à proprietária, que estava dormindo e não atendeu.

Assustada com a informação de que um corpo havia sido encontrado na sua propriedade, ela retorna a ligação e pergunta, de imediato, se falava com um Bruno, que consente. O produtor pergunta se a mulher está bem, se ela tem acompanhado as notícias e se gostaria da indicação de um advogado, além de perguntar se ela venderia a casa. 

Nas investigações, a polícia identifica esse novo número como sendo também de Bruno Rodrigues. A informação foi confirmada por outra testemunha, que conversou com o produtor por este contato. Além disso, o próprio suspeito teria confirmado a identidade em ligação à proprietária.

FONTE: Folha Max

comando

DESTAQUES

RelacionadoPostagens