quarta-feira, fevereiro 5, 2025

TJ mantm priso de ‘empresrio’ por girar R$ 11 mi com desmanche de veculos roubados

 

A Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJMT) manteve a prisão de Gustavo de Andrade Borges, proprietário da Guga Autopeças, em Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá. Ele é um dos alvos da operação “Tarântula”, da Polícia Judiciária Civil (PJC), acusado de ser dono de um “desmanche” de carros roubados, e teria movimentado mais de R$ 11 milhões nos últimos 5 anos.

Os magistrados seguiram por unanimidade o voto do desembargador Orlando Perri, relator de um habeas corpus ingressado pela defesa do dono do desmanche. A sessão de julgamento ocorreu na tarde desta terça-feira (13).

Em linhas gerais, a defesa do suspeito alegou que não há indícios suficientes da prática de organização criminosa e de roubo, argumentando que a tipificação penal contra Gustavo Andrade Borges deveria “regredir” para uma simples “receptação”.

Em seu voto, o desembargador Orlando Perri analisou que há sim indícios da prática de organização criminosa, e que as investigações revelaram que alguns dos veículos roubados, que não eram desmanchados em Várzea Grande, eram revendidos na Bolívia.

“Foram extraídos dados de conversas do Gustavo e de outras pessoas que estariam envolvidas no crime. Não existe nada de muito contundente, mas há sim conversas que podem sim sugerir a existência de uma organização criminosa, no sentido de roubo e furto de veículos para venda na Bolívia e extração de peças”, revelou o desembargador.

Ainda em seu voto, Orlando Perri também revelou que Gustavo de Andrade Borges teria movimentado R$ 11 milhões entre os anos de 2017 e 2022, segundo dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

OPERAÇÃO TARÂNTULA

A operação “Tarântula” foi deflagrada pela Polícia Civil no dia 1º de setembro de 2022, e cumpriu mandados contra o furto de carros em condomínios de luxo. A lista, que tem 23 alvos, contém nomes de pessoas físicas e de empresas, entre elas, lojas de peças automotivas e de revenda de usados.

As ordens judiciais foram cumpridas em Cuiabá, Várzea Grande, Cáceres, Lucas do Rio Verde, Vila Bela da Santíssima Trindade e Pontes e Lacerda.

As investigações identificaram a existência de cinco células distintas com atuações bem definidas dentro da organização criminosa. A primeira célula ficava responsável pelos diversos furtos qualificados no período noturno em condomínio em Cuiabá e Várzea Grande.

A segunda célula era voltada aos desmanches ilegais, sendo constatado que o grupo realizou diversas ações criminosas envolvendo veículos de luxo e caminhões. O objetivo seria abastecer o mercado ilegal de venda de peças usadas na região metropolitana e no interior do Estado.

Conforme a PJC, as outras células atuavam na adulteração de placas de veículos, vendas on-line e na divisa entre Brasil e Bolívia, bem como lavagem de dinheiro.

FONTE: Folha Max

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