quinta-feira, setembro 4, 2025

Eleições na Eslováquia podem fazer Ucrânia perder aliado fiel


Eleitores vão às urnas neste sábado (30). Robert Fico, que aparece na liderança empatada, disse que não deseja enviar munição para a Ucrânia. Eleitores da Eslováquia vão às urnas em eleições para o Parlamento, em 30 de setembro de 2023
REUTERS/Radovan Stoklasa
“Somos um país pacífico. Não enviaremos uma munição sequer para a Ucrânia”. Essa foi a mensagem de Robert Fico para apoiadores em um comício neste mês, em Banovce nad Bebravou, no oeste da Eslováquia. O ex-primeiro-ministro populista é um dos favoritos na disputa para as eleições do país, que acontece neste sábado (30).
Caso ele cumpra sua promessa, isso representará uma mudança radical para a Eslováquia. O país, até agora, era um forte aliado de sua vizinha do leste, a Ucrânia, na guerra contra a Rússia.
A Eslováquia forneceu armas e ofereceu forte apoio político a Kiev dentro da União Europeia e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
“Eles terão que se sentar de qualquer maneira e chegar a um acordo”, disse Fico sobre os países combatentes. “A Rússia nunca deixará a Crimeia, nunca deixará os territórios que controla.”
A vitória de Fico não é garantida. Nenhum partido é cotado para conseguir a maioria no Parlamento, e a formação de um governo de coalizão pode ser difícil.
Diplomatas ocidentais e autoridades em Kiev também dizem que um país pequeno como a Eslováquia só pode ir até certo ponto para alterar a política da União Europeia e da Otan.
Mas Fico, de 59 anos, chamou a atenção de Bruxelas e de outros países ao criticar as sanções contra a Rússia. Ele também pediu uma reaproximação com Moscou quando a guerra terminar.
Na campanha, Fico afirmou que a guerra “começou em 2014, quando nazistas e fascistas ucranianos começaram a assassinar cidadãos russos em Donbas e Luhansk”, ecoando a justificativa de Moscou para apoiar os separatistas que tomaram terras no leste da Ucrânia.
As pesquisas de intenção de voto apontam um empate técnico com a chapa liberal pró-Ocidente. A disputa acontece em um cenário onde os eleitores estão cansados da dor econômica causada pelas restrições da pandemia, da alta inflação ligada à guerra na Ucrânia e do aumento de imigrantes ilegais.
“Não devemos apoiá-los [a Ucrânia] com armas, porque o mal só gera mais mal”, disse a aposentada Eleonora Tanacova, 68 anos, ao ouvir o discurso de Fico. “Esta guerra nunca terá fim se continuarmos a apoiá-los.”
Um diplomata acredita que Fico hesitará em cortar o fornecimento de armas para a Ucrânia além dos estoques já esgotados do Exército, dada a importância econômica dos fabricantes de munição e de uma base de reparos.
E Bruxelas tem influência. Em questões de Estado de Direito, ela pode reter o apoio financeiro da União Europeia para a Eslováquia, que precisa muito dele com o déficit fiscal previsto em 6,85% do PIB este ano, o mais alto da zona do euro.
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FONTE: Lapada Lapada

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