Vivemos em uma sociedade doente. Doente a tal ponto de ocorrer briga entre familiares e amigos por causa de dois dos piores candidatos a Presidente da República que já tivemos nos últimos 40 anos.
Uma sociedade tão doente que, entre diversas opções no primeiro turno das eleições, escolheu entre um grosseirão de média competência e um criminoso condenado em três instâncias jurídicas.
Tal doença se evidencia no fato de que mais de 50 milhões de pessoas votaram em uma pessoa que mente tanto, que já nem se consegue separar de suas falas o que é mentira, o que é delírio, o que é ato falho ou o que são palavras vazias.
A sociedade brasileira precisa de remédio psiquiátrico tarja preta, pois, colocou no segundo turno das eleições um candidato cujo primeiro escalão de seu antigo governo foi todo preso por corrupção. Essa mesma (grande) parcela da sociedade deseja a volta de um partido que se transformou em uma notória quadrilha, que arrombou os cofres públicos e se afundou num profundo mar de incompetência ao conduzir o país em uma das maiores recessões de sua história. Povo de memória curta. E necessitada de um divã coletivo.
Essa sociedade, que se deixa enganar por um falso slogan de “amor contra o ódio”, quer se deixar roubar, ser regulada e censurada. Eu me pergunto: como podem apoiar um condenado por corrupção? E achar isso bonito? Ah, mas o outro candidato é insensível, é grosso, fala palavrão, fala muita besteira. Sim. Mas você quer um presidente ou um marido? Quer um presidente ou um pai?
Também sob uma estapafúrdia cortina de demagogia, tal sociedade acredita que o antigo mandatário tirou milhares da pobreza, deu atenção aos miseráveis, socorreu os esfomeados. Mas, pergunto: o que de fato fez para dar dignidade a essas pessoas? Ou oportunidade de ter a dignidade de um trabalho decente? Ah, mas ele incentivou e aumentou o número de pessoas na faculdade! Oi? Tomaram algum elixir de redução de intelecto? Qual mudança significativa na sociedade ocorreu além de enriquecer faculdades privadas que ofereceram cursos de graduação meia-boca? O que o Brasil melhorou em 15 anos de governo petista?
A sociedade brasileira padece de um mal tão sério que já banalizou o crime. Mata-se e rouba-se com facilidade e fica-se impune de forma mais fácil ainda. Um mal tão sério que se tornou tolerante com o criminoso: um exemplo recente é o caso de Roberto Jefferson (parceiro do mensalão, diga-se de passagem), em que a polícia ficou plantada na entrada esperando o meliante sair. Ah, se fosse na favela! Entrariam lá com um tanque de guerra, matando quem estivesse na frente.
A sociedade está tão tolerante com o delito e o infrator que já se esqueceu que Lula participou dos dois maiores escândalos de corrupção que se tem notícia no Brasil e que trouxe prejuízo de bilhões de reais ao país: o Mensalão e o Petrolão. No primeiro caso conseguiu jogar a culpa nos companheiros de partido, mas no segundo caso foi condenado na primeira instância, teve sua pena aumentada na segunda instância e confirmada na terceira instância. Mas, por termos uma sociedade leniente com o crime, o que se reflete em todas as suas instituições, seus processos foram anulados no STF pelo fato de, pasmem, terem sido julgados em outro lugar que não o Distrito Federal. Daí para prescreverem foi um pulo. Um acinte, um tapa na cara do cidadão, que por estar “doente” nem sentiu esse tapa.
Não sei quem ganhará as eleições. Nunca foi tão difícil e tão fácil escolher, porém, será extremamente vergonhoso ter um Presidente da República semianalfabeto e condenado criminalmente. Que Deus nos proteja!
Eustáquio Rodrigues Filho – Cristão, Servidor Público e Escritor
FONTE: Folha Max
