RD News
Reprodução
O Ministério Público de Mato Grosso (MPE) reforçou o pedido de julgamento popular do bolsonarista Rafael Silva de Oliveira, de 24 anos, que desferiu 70 golpes de faca no colega de trabalho, Benedito Cardoso dos Santos, de 44 anos, em em Confresa (a 1.167 km de Cuiabá), devido a uma discordância política. No início do mês, Rafael passou por uma audiência de instrução, onde ficou comprovado em um exame de sanidade mental que o acusado não possui nenhum transtorno psiquiátrico.
Na fase investigativa do crime, Rafael confessou que em 7 de setembro do ano passado os envolvidos estavam fumando e conversando sobre política. Rafael saiu em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro e Benedito na de Lula (PT), hoje presidente da República.
Com a divergência política, eles começaram a discutir e entraram em luta corporal. Rafael, após cortar a mão, conseguiu retirar uma faca das mãos da vítima. Benedito saiu correndo e foi atrás para golpeá-lo. Na briga, Rafael conseguiu acertar uma facada nas costas de Benedito, que caiu no chão. Na sequência, a vítima foi atingida com golpes nos olhos e garganta. Ainda com vida, Benedito atingiu o acusado com uma pedra no rosto.
Rafael procurou um machado e atingiu o pescoço da vítima. “Mesmo com Benedito caído e ‘gemendo de dor’, desferiu um golpe com o machado no pescoço da vítima. Saiu do local e se livrou do machado. Retornou para casa, lavou as mãos, pegou roupas e a faca e saiu. Jogou a faca próximo do machado. No dia 8 de setembro de 2022, chegou ao Hospital de Confresa procurando atendimento médico declarando que as lesões eram oriundas de uma tentativa de roubo”, diz trecho do documento, assinado pela promotora de Justiça Vanessa Assis Baruffi.
Diante das evidências de autoria e materialidade, o Ministério Público pediu para que Rafael seja submetido ao júri popular, já que ficou comprovada a brutalidade exacerbada.
“Como se vê, além da prova da materialidade, não há dúvidas da presença dos indícios de autoria. Ainda, conforme os relatos e a confissão na fase investigativa do próprio acusado, o homicídio ocorreu em razão de uma discussão banal envolvendo preferências políticas (motivo fútil) e em uma situação em que a vítima não conseguiu oferecer resistência (recurso que dificultou a defesa), já que estava caída ao solo quando continuou a ser golpeada e recebeu o golpe com o machado. Não há dúvidas também que o laudo de necropsia evidencia a brutalidade exacerbada no cometimento do crime, o qual foi realizado, portanto, com emprego de meio cruel”, diz o documento.
O crime
A briga entre Rafael e Benedito teria começado na noite da quarta (7), dia marcado por manifestações partidárias durante as homenagens ao Dia da Independência do Brasil. Entretanto, somente na manhã seguinte o corpo de Benedito foi encontrado pela sua chefe, que não foi identificada.
Em relato à Polícia Civil, a mulher explicou que perguntou a Rafael o que teria ocorrido, já que ele foi o último a estar com a vítima, mas o suspeito teria contado uma história confusa e isso a deixou desconfiada.
À chefe, Rafael disse que dois homens teriam invadido o local, executado Benedito e depois ainda teriam tentado matá-lo. Contudo, momentos depois Rafael pediu um adiantamento, com a intenção de fugir. Por isso, a mulher resolveu chamar a Polícia Militar.
A Polícia Civil informou que Rafael gravou um vídeo do corpo da vítima e formatou o celular antes de entregar para um amigo. Com base nas informações, foi autorizado a quebra de sigilo do aparelho.
Entre no grupo do Semana7 no WhatsApp e receba notícias em tempo real (Clique AQUI).
FONTE: SEMANA7
