O juiz da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Jean Garcia de Freitas Bezerra, deu 15 dias para a Politec finalizar as perícias de um celular Iphone apreendido de um suposto membro de uma quadrilha que desviava cargas de vagões de trens da Rumo Logísitica. Os autos são derivados da operação “Descarrilamento”, deflagrada em 2022 pela Polícia Judiciária Civil (PJC).
De acordo com informações do processo, a esposa de um suposto integrante do bando, identificado como Paulo Henrique Cornélio da Silva, requereu à justiça a devolução de seu Iphone 12 Pro Gold, apreendido pela PJC. “Argumenta a requerente, dessa forma, que não foi denunciada nos autos supracitados e que o aparelho celular em questão foi adquirido licitamente por ela, razão pela qual impende a sua restituição”, pede a dona do Iphone nos autos.
Na análise do juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, porém, mesmo que o celular pertença à esposa do suspeito, sua perícia ainda seria de interesse das investigações. O magistrado estabeleceu um prazo para a extração de dados do aparelho.
“Verifica-se que os laudos periciais relativos a estes aparelhos até o momento não foram acostados, de sorte que, ainda que comprovadas a propriedade e a origem lícita do aparelho, não se afigura possível restituí-lo em razão de este ainda interessar ao processo”, analisou o magistrado.
A PJC estima nas investigações que foram subtraídos mais de um milhão de litros de combustível e aproximadamente 100 toneladas de grãos, causando um prejuízo superior a R$ 6 milhões. Com o auxílio de funcionários da empresa de logística, que possuem informações privilegiadas sobre a programação de chegada, parada e partida dos trens, além do tipo de carga e nível de combustível dos vagões, os criminosos se dirigiam até os locais de estacionamentos e de cruzamentos de trens e praticavam o furto.
Os crimes eram cometidos geralmente no período noturno e de madrugada, com a utilização de dezenas de galões, bomba de sucção, além de veículos para o transporte. Os produtos eram retirados diretamente dos tanques de combustíveis das locomotivas ou ainda dos próprios vagões (carregados de milhares de litros de combustíveis diversos e toneladas de grãos). O bando atuou no período de maio de 2020 a janeiro de 2021.
Ainda de acordo com as investigações, alguns dos integrantes do bando eram encarregados de fazer contato com os funcionários da Rumo, outros prestavam apoio logístico, além dos membros da quadrilha que executavam o furto e negociavam com empresários receptadores.
FONTE: Folha Max