Linhas de pipa com cerol causam acidentes e mortes pelo Brasil

A venda do cerol é proibida por lei em vários estados. Esta semana, linha de pipa cortou o nariz do atleta paralímpico, Ruiter Silva, medalhista de prata na natação na Rio 2016, durante treino de bicicleta em Uberlândia. Mesmo sendo proibido, o cerol continua causando mortes no Brasil
Apesar de proibido em vários estados, o uso de materiais cortantes em linhas de pipa continua causando acidentes e até mortes.
A linha de pipa com cerol interrompeu o treino de bicicleta do atleta paralímpico, Ruiter Silva, medalhista de prata na natação na Rio 2016. Foi nesta semana em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Ele ficou com nariz cortado. Poderia ter sido pior.
“Olha a lente do meu óculos. Olha o que acabou de embaraçar. E talvez tenha sido a lente do óculos que segurou. Pelo amor de Deus gente, isso aqui já deu. Já passou de época usar cerol em linha”, diz Ruiter.
Com o Daniel, o pior aconteceu. Ele diz que perdeu mais do que um amigo.
“A gente fica com o coração partido. Era um cara que, tudo que eu precisava dele, contava comigo, precisava dele, ele me ajudava, se ele precisava de mim, eu ajudava ele”, conta Daniel Victor Viana, ajudante de pintor.
O jovem estava na garupa da moto pilotada pelo Gustavo Mateus do Nascimento, de 25 anos, que morreu em março, com um corte profundo no pescoço.
O Gustavo conduzia a moto por uma pista na região norte de Belo Horizonte, quando foi surpreendido com a linha revestida com cola e vidro. Ele ainda conseguiu parar a moto no acostamento, foi socorrido, mas morreu ao chegar numa unidade de pronto atendimento.
A venda do cerol é proibida por lei em Minas Gerais e em outros estados do Brasil, como São Paulo e Rio de Janeiro.
O Ricardo costuma andar com o capacete encostado na antena de proteção, para escapar de armadilhas.
“O que passa é insegurança. A gente se sente desprotegido. Se existe uma lei, existe um mecanismo, ele tem que ser efetivo”, diz o empresário Ricardo da Silva Oliveira.
Os acidentes se espalham pelo país. Em janeiro, o motociclista José Ivanildo Correia, de 43 anos, morreu após ter o pescoço cortado por uma linha em Ribeirão Preto, em São Paulo.
No Rio de Janeiro, a vítima do cerol foi o cabo do Exército Daniel da Silva, de 25 anos, que passava de moto pela Avenida Brasil no ano passado.
O Gabriel perdeu parte da perna depois de se ferir com uma linha com cerol em Betim, na região metropolitana de BH, mas o sonho de jogar bola se manteve vivo.
“Infelizmente não foi da maneira que eu quis, mas o sonho nunca acabou. Mantive a cabeça erguida e falei assim, já que tem o futebol de amputados, eu vou nesse meio e o sonho nunca acaba”, explica o estudante e jogador de futebol Gabriel Lucas Alves Nascimento.
“São vidas importantes que estão sendo ceifadas por uma linha que está sendo usada como brincadeira. Brincadeira que está levando vidas”, diz Regina Alves Rosa Nascimento, comerciante e mãe de Gabriel.

FONTE: Lapada Lapada

comando

Sair da versão mobile