O deputado Wilson Santos (PSD) negou que esteja usando a desapropriação de famílias da área batizada de “Assentamento Brasil 21”, no Contorno Leste, região do bairro Osmar Cabral, em Cuiabá, como “politicagem”. Em entrevista ao Jornal de Meio Dia, da TV Vila Real, o parlamentar rebateu os colegas Janaína Riva (MDB) e Dilmar Dal Bosco (UB) justificando ser “defensor dos pequenos”.
No dia 11 deste mês a Polícia Militar esteve no local para cumprimento da ordem de desapropriação das pessoas da área determinada pela pela Justiça em favor da empresa Ávida Construtora. Wilson foi, inclusive, atingido de raspão em um dos braços por uma bala de borracha durante um confronto entre policiais e grileiros. Em seguida, ele apresentou um requerimento na Assembleia Legislativa (ALMT) e uma Câmara Setorial Temática (CST) foi instalada para discutir políticas públicas para habitação.
A ação foi vista como “politiqueira” pelos colegas, ao observarem que a forma da Casa das Leis ajudar é fazendo a interlocução junto ao Governo e tentar abrigar as pessoas que foram retiradas da área invadida. Entretanto, Wilson, que já foi prefeito da Capital por dois mandatos, relembrou vários residenciais que construiu durante sua gestão e afirmou que faltam políticas de moradia. Afirmou, inclusive, que se orgulha de ter ajudado a fundar cerca de 30 bairros em Cuiabá.
“Na verdade, o que falta é política pública de moradia popular em Cuiabá e Mato Grosso. Nos últimos dez anos, praticamente, tanto a Prefeitura quanto o Governo do Estado, não lançaram loteamentos populares, não lançaram conjuntos habitacionais. E essa população que carece de uma casa, de um lote urbanizado, está aí a ver navios absolutamente abandonados”, declarou Wilson nesta segunda-feira (12).
Um relatório divulgado pela Polícia Militar aponta que a facção criminosa Comando Vermelho (CV), teria financiado a construção e a distribuição de lotes em terras na região. Conforme o documento, membros da facção queriam dominar o local e exigiam que os moradores ficassem no espaço da invasão.
Sobre isso, o legislador pontuou que “gente oportunista tem em todo o lugar”, inclusive no meio político. “Negócio de Comando Vermelho não tem nada a ver com isso. Todo lugar tem malandro que é oportunista. Agora eu tenho uma história de luta pela moradia popular em Cuiabá e não abro mão dessa história”, enfatizou.
Além disso, Wilson Santos informou que está articulando para conseguir uma agenda com o Ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho (MDB -PA), em Brasília, para debaterem sobre a construção de moradias populares por meio do programa Minha Casa Minha Vida. Ele revelou, ainda, que a Ávida Construtora e Comprador S.A, supostamente estaria “devendo” mais de 450 famílias, além da Prefeitura de Cuiabá.
“A Ávida Construtora deu cano em 456 famílias, ali próximo ao Parque Cuiabá, lançou essas casas, recebeu a entrada de R$ 30 mil e nunca fez o condomínio. Então essa já é uma construtora que deve milhões à prefeitura. Nós vamos resolver essa situação, pode escrever”, garantiu o deputado.
FONTE: Folha Max