O Ministério Público Estadual (MPE) apontou que as mortes de civis em confrontos com policiais militares cresceram 880% entre os anos de 2015 e 2023 na Grande Cuiabá.
A informação consta na denúncia contra 17 policiais militares e um segurança particular, acusados de armar emboscadas para executar 24 suspeitos de crimes.
A eficiência da polícia é dimensionada pela capacidade de evitar que os crimes aconteçam, e não pelo número de pessoas que ela mata. Polícia que mata é polícia ineficiente
Os dados foram extraídos das estatísticas da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Enquanto em 2015, policiais militares mataram 5 suspeitos em supostos confrontos, no ano passado foram 49.
Segundo a tabela, o total de homicídios em Cuiabá e Várzea Grande no ano de 2015 foi de 381. Ou seja, apenas 1,31% dos homicídios registrados naquele ano foram provocados por policiais.
Esse índice passou para 34,03% em 2023. Isso significa que dos 144 homicídios, 49 foram praticados por policiais militares.
Simulacrum
A denúncia é proveniente da Operação Simulacrum, deflagrada pela Polícia Civil em 2022, e que levou à prisão 63 militares e um civil suspeitos de forjarem confrontos para cometerem execuções.
Apesar de citar que o grupo de policiais matou 24 pessoas, esta acusação diz respeito a apenas ao assassinato de Mayk Sanchez Sabino e tentativas de homicídio contra Rômulo Silva Santos e mais duas pessoas não identificadas, em 2020.
Foram denunciados os policias militares Altamiro Lopes da Silva, Antônio Vieira de Abreu Filho, Arlei Luiz Covatti, Diogo Fernandes da Conceição, Genivaldo Aires da Cruz, Heron Teixeira Pena Vieira, Ícaro Nathan Santos Ferreira, Jairo Papa da Silva, Jonathan Carvalho de Santana, Jorge Rodrigo Martins, Leandro Cardoso, Marcos Antônio da Cruz Santos, Thiago Satiro Albino, Tulio Aquino Monteiro da Costa, Vitor Augusto Carvalho Martins, Wesley Silva de Oliveira, Paulo Cesar da Silva e o segurança particular Ruiter Cândido da Silva.
Segundo as investigações, o grupo teria atuado na morte de ao menos 24 pessoas, em Cuiabá e Várzea Grande, além da tentativa de homicídio de, pelo menos, outras quatro.
A denúncia é assinada pelos promotores de Justiça Vinicius Gahyva Martins, Marcelle Rodrigues da Costa e Faria, Samuel Frungilo, Jorge Paulo Damante Pereira e César Danilo Ribeiro de Novais.
“A eficiência da polícia é dimensionada pela capacidade de evitar que os crimes aconteçam, e não pelo número de pessoas que ela mata. Polícia que mata é polícia ineficiente”, diz trecho do documento.
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FONTE: MIDIA NEWS