Pistoleiro livra outros réus e promete entregar verdadeiro mandante no júri | RDNEWS

Começou nessa segunda-feira (22), a audiência de instrução de Antônio Gomes da Silva, Hedilerson Fialho Martins Barbosa e o coronel Etevaldo Caçadini de Vargas, que são réus por envolvimento no homicídio do advogado Roberto Zampieri, ocorrido em dezembro de 2023, no Bosque da Saúde, em Cuiabá. 

O trio prestou depoimento para o juiz Jorge Alexandre Martins Ferreira, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá. Caçadini seria o financiador, Antônio Gomes da Silva é apontado como executor e Hedilerson Barbosa seria o suposto intermediário. Todos seguem presos.

Aparecido Carmo

O primeiro a ser ouvido pela Justiça foi Antônio Gomes. Durante seu depoimento, ele confessou que atirou e matou Roberto Zampieri, assim como já havia dito em depoimento para a Polícia Civil.

Em juízo, ele ainda afirmou, várias vezes, que Caçadini e Hedilerson não tiveram envolvimento no crime, como aponta a polícia. Antônio também isentou o produtor rural Aníbal Laurindo, de 74 anos, que foi indiciado como principal suspeito de ser o mandante do crime.

Ao ser questionado pelo seu advogado sobre quem seria o mandante, o pistoleiro citou que só irá revelar o nome durante o Tribunal do Júri, pois “sabe com quem está mexendo”. “Em garantia da minha vida, eu prefiro não falar porque sei com quem estou mexendo. Rechaço a participação do Hedilerson, do coronel e do Aníbal”, disse.

Antônio relatou ainda que foi pressionado pelos delegados da Polícia Civil que estavam à frente da investigação. Ele insistiu na tese de que nas vezes que foi interrogado, não teve direito de ter um advogado. “Eu só falei por pressão dos delegados. Falaram que meus filhos estavam lá embaixo [da delegacia] e que podiam incriminar eles”, acrescentou.

Ele declarou que Hedilerson, dono da pistola calibre 9mm utilizada no crime, não sabia sobre o plano para matar Zampieri. Ele relatou que pediu para Hedilerson sair de Minas Gerais e vir para Cuiabá, por conta do CAC, que o autoriza a viajar com armas de fogo.

Antônio disse que pegou a arma para cometer o crime enquanto o amigo estava no banho.

Outros réus

Em seus depoimentos, Hedilerson e o coronel Caçadini negaram ter envolvimento no crime. Hedilerson alegou que apenas depois do exame de balística que ele ficou sabendo que sua arma tinha sido utilizada no crime.

Além disso, afirmou que a vinda para Cuiabá com sua arma de fogo, teria sido para participar de um torneio de tiro.

O coronel Caçadini afirmou que é inocente. “Me considero inocente e confio que a justiça será feita. Mesmo se tivesse condições financeiras, não é o meu perfil e jamais faria isso”, disse.

Disse ainda que nunca ouviu falar no nome de Zampieri e que falava com Aníbal, apontado como mandante do crime, apenas sobre política. “Falava com o Aníbal frequentemente. O Aníbal era uma pessoa muito engajada, politizada. Falava com ele quase todos os dias”. 

O caso

No dia 5 de dezembro do ano passado, o advogado Roberto Zampieri deixou o escritório em que trabalhava e, ao entrar no seu veículo, um Fiat Strada, foi surpreendido pelo assassino. Os agentes policiais informaram que foram disparados cerca de 10 tiros na direção do advogado.

Nas gravações, obtidas por meio de câmeras de segurança de empreendimentos da localidade, é possível ver que o assassino cometeu o crime com o rosto descoberto, usando uma caixa para abafar o som, e que ele fugiu a pé.

FONTE: RDNEWS

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