Mulheres protestam no Centro de Cuiabá e exigem direitos sociais e segurança | RDNEWS

Cerca de 200 pessoas ocuparam as ruas da região central de Cuiabá na manhã deste sábado (8), em um ato público pelo Dia Internacional das Mulheres. Tal qual as manifestações de há mais de um século, que deram origem ao 8 de Março, as mulheres protestaram por direitos civis iguais e denunciaram o alto índice de feminicídios no Brasil.

O ato “Pela vida das mulheres, ainda estamos aqui” – fazendo referência ao filme nacional que denunciou mundialmente fatos da ditadura militar no país – registrou como prioridades deste ano a defesa da democracia, o trabalho digno, o fim do feminicídio, o direito à terra e ao bem-viver.

Priscila Mendes/Comitê de Cultura MT

A integrante do coletivo Mulheres do Hip Hop, Lígia Viana, que compôs a comissão organizadora do ato, explicou os temas prioritários deste ano: “nosso mote foi focado na defesa da democracia… quando se fala em trabalho digno para as mulheres, a gente lembra da importância de ter creches… e é fundamental o fim do feminicídio, porque a gente está vendo que, no nosso estado, o número de feminicídios só tem aumentado e a gente não tem visto política pública de enfrentamento a essa realidade. E ‘pelo direito à terra e ao bem-viver’, [essa pauta] é porque as manas do campo e das florestas passam por essa perspectiva de defesa da terra, mas também de defesa da forma de viver voltada para a agroecologia ou para a perspectiva indígena”.

Com gritos de guerra como “a violência contra a mulher não é o mundo que a gente quer” e “a nossa luta é todo dia, somos mulheres e não mercadoria”, as manifestantes ocuparam a Praça Alencastro e se organizaram em marcha pelas avenidas Getúlio Vargas, Barão de Melgaço e Isaac Póvoas, chegando à Praça Ipiranga e sensibilizando os pedestres e os comerciantes da região, acompanhadas pelo grupo de maracatu Buriti Nagô e por um carro de som.

Além de intervenções artísticas, o ato registrou ainda a defesa da liberdade religiosa, a luta das pessoas negras e da comunidade LGBTQIAPN+, a importância de investir em saúde mental, a sobrecarga de mulheres em razão da dupla e ou da tripla jornada, a necessidade do fim da escala de trabalho de 6×1 (seis dias de trabalho e um de folga), entre outras pautas.

“Nós estamos cansadas de receber ‘feliz dia da mulher guerreira’, nós não precisamos mais ser guerreiras, nós queremos chegar a um dia em que possamos ter paz, que possamos ter vida, que não nos matem mais”, discursou Vannessa Jacarandá, coordenadora do Comitê de Cultura de Mato Grosso, uma das instituições apoiadoras do ato público.

A organização da manifestação foi plural e coletiva, unificando interessadas em geral e representações de movimentos sociais, bem como apoios de organizações da sociedade civil.

Eliane Xunakalo, presidente da Fepoimt, destacou a importância da terra para as indígenas. “Quando uma mulher indígena tem seu território retirado, o seu corpo está sendo violentado”, asseverou.

Participaram da ação deste sábado grupos como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Companhia Cena Onze, o coletivo Mulheres do Hip Hop, Elas por Elas do PT, a Federação dos Povos e Organizações Indígenas de Mato Grosso (Fepoimt), o Instituto de Mulheres Negras de Mato Grosso (Imune), o Levante Popular da Juventude, a Unidade Popular MT (UP), a Organização Socialista Libertária, o Movimento de Mulheres Olga Benário, entre outros, o Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), a Central Única dos Trabalhadores de Mato Grosso (CUT-MT), o Comitê de Cultura de Mato Grosso, entre outros.

FONTE: RDNEWS

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