quinta-feira, julho 3, 2025

Esquema teve aval de empresário, diz Deccor; empresa rejeita participação | RDNEWS

A investigação que apura a participação dos vereadores de Cuiabá, Chico 2000 (PL) e Sargento Joelson (PSB), por envolvimento em suposto esquema de corrupção e recebimento de propina, teria contado com aval de um dos sócios da empresa HB20 Construções, identificado como Orlando da Silva Vieira, conforme apontamento da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), responsável por deflagrar a Operação Perfídia. Em nota, a empresa negou ter dado autorização direta ou indireta para diálogo entre funcionários e vereadores.

Rodinei Crescêncio

Nos autos, aos quais o teve acesso, o inquérito descreve minuciosamente as atividade criminosas, incluindo conversas por WhatsApp que corroboram a versão de cobrança de vantagem indevida e o recebimento de valores, por meio de Joelson, tudo supostamente com aval do então presidente da Câmara. Ainda sinaliza que os vereadores teriam contato de um funcionário da empresa, João Jorge Souza Catalan Mesquita, apontado como o responsável por operacionalizar o pagamento do montante, “através da anuência do proprietário da empresa beneficiária, sr. Orlando”.

A empresa teria desembolsado cerca de R$ 250 mil para o favorecimento da tramitação de uma matéria de seu interesse no Legislativo Cuiabano, que havia sido apresentada pela Prefeitura, para autorização do parcelamento ou reparcelamento de R$ 165 milhões do Município com órgãos federais. A matéria foi aprovada em 21 de setembro de 2023.

Com o parcelamento aprovado pelo placar de 16 votos a 5 em setembro de 2023, a Prefeitura sairia da inadimplência e poderia acessar recursos federais. Conforme as investigações, parte desses recursos seriam usados para financiar o Contorno Leste e, consequentemente, pagar a empresa que supostamente praticou corrupção ativa. Os vereadores ajudaram a empresa a receber R$ 4,8 milhões por parte das obras.

Foram alvos da operação os dois vereadores, que foram afastados do cargo, e Glaudecir Duarte Preza (engenheiro responsável), José Márcio da Silva Cunha (suposto intermediário) e Jean Martins e Silva Nunes (funcionário da empresa).

Empresa nega

Por meio de nota assinada pelo advogado da empresa, Flávio Moura, da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Pará (OAB-PA), a HB20 Construções nega ter autorizado qualquer tipo de negociação direta ou indireta relacionada a “repasse ilícitos”, sustentando que sempre foi pautada pela “transparência, legalidade e regularidade contratual com o Poder Público”.

 Além disso, alega que João Jorge, apontado como operador de pagamento, nunca teve aval da diretoria para representar a empresa e que era apenas um prestador de serviço como qualquer outro. Cita ainda que o ex-funcionário respondia a uma notícia crime por condutas incompatíveis com os princípios da empresa.

“A tentativa de envolver o nome da empresa em atos isolados e ilegais, supostamente praticados por terceiros que agiram à margem de qualquer autorização, é vista com extrema gravidade pela atual diretoria, que colaborará com as autoridades sempre que necessário para o total esclarecimento dos fatos. Por fim, repudiamos qualquer tentativa de manipulação ou distorção de fatos para criar narrativas que sirvam como cortina de fumaça para acobertar desvios de conduta individuais. A empresa não se submeterá a pressões, chantagens, extorsão ou insinuações levianas”, diz trecho da nota.

FONTE: RDNEWS

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