A investigação que apura a participação dos vereadores de Cuiabá, Chico 2000 (PL) e Sargento Joelson (PSB), por envolvimento em suposto esquema de corrupção e recebimento de propina, teria contado com aval de um dos sócios da empresa HB20 Construções, identificado como Orlando da Silva Vieira, conforme apontamento da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), responsável por deflagrar a Operação Perfídia. Em nota, a empresa negou ter dado autorização direta ou indireta para diálogo entre funcionários e vereadores.
Rodinei Crescêncio
Nos autos, aos quais o
A empresa teria desembolsado cerca de R$ 250 mil para o favorecimento da tramitação de uma matéria de seu interesse no Legislativo Cuiabano, que havia sido apresentada pela Prefeitura, para autorização do parcelamento ou reparcelamento de R$ 165 milhões do Município com órgãos federais. A matéria foi aprovada em 21 de setembro de 2023.
Com o parcelamento aprovado pelo placar de 16 votos a 5 em setembro de 2023, a Prefeitura sairia da inadimplência e poderia acessar recursos federais. Conforme as investigações, parte desses recursos seriam usados para financiar o Contorno Leste e, consequentemente, pagar a empresa que supostamente praticou corrupção ativa. Os vereadores ajudaram a empresa a receber R$ 4,8 milhões por parte das obras.
Foram alvos da operação os dois vereadores, que foram afastados do cargo, e Glaudecir Duarte Preza (engenheiro responsável), José Márcio da Silva Cunha (suposto intermediário) e Jean Martins e Silva Nunes (funcionário da empresa).
Empresa nega
Por meio de nota assinada pelo advogado da empresa, Flávio Moura, da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Pará (OAB-PA), a HB20 Construções nega ter autorizado qualquer tipo de negociação direta ou indireta relacionada a “repasse ilícitos”, sustentando que sempre foi pautada pela “transparência, legalidade e regularidade contratual com o Poder Público”.
Além disso, alega que João Jorge, apontado como operador de pagamento, nunca teve aval da diretoria para representar a empresa e que era apenas um prestador de serviço como qualquer outro. Cita ainda que o ex-funcionário respondia a uma notícia crime por condutas incompatíveis com os princípios da empresa.
“A tentativa de envolver o nome da empresa em atos isolados e ilegais, supostamente praticados por terceiros que agiram à margem de qualquer autorização, é vista com extrema gravidade pela atual diretoria, que colaborará com as autoridades sempre que necessário para o total esclarecimento dos fatos. Por fim, repudiamos qualquer tentativa de manipulação ou distorção de fatos para criar narrativas que sirvam como cortina de fumaça para acobertar desvios de conduta individuais. A empresa não se submeterá a pressões, chantagens, extorsão ou insinuações levianas”, diz trecho da nota.
FONTE: RDNEWS
