Em um ano, número de homicídios da população LGBT quase dobra em MT | RDNEWS

Agência Brasil

No período de um ano, o número de homicídios da população LGBTQIAPN+ quase dobrou em Mato Grosso, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nessa quinta-feira (24). O levantamento mostra que o número saltou de 7 homicídios em 2023 para 13 em 2024, representando aumento de 85,7%.

O estudo também mostra números sobre a violência sexual contra a comunidade. Conforme os dados, em 2023 houve apenas um caso de estupro de pessoas da população LGBTQIAPN+. O número saltou para nove no ano passado, representando alta de 800% na comparação. Entre todos os estados do país, essa foi a maior variação.

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Como já informado em fevereiro deste ano pelo , Mato Grosso faz parte do grupo de rstados com os menores índices quando se fala em direitos LGBTQIAPN+, no país. Os dados são do Índice de Monitoramento dos Direitos LGBTQIA+, realizado no país com apoio do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC).

A pesquisa utiliza como base quatro indicadores: Insegurança e Violência; Gestão, Participação e Transparência; Políticas Públicas; Planejamento Orçamentário. Em todos, Mato Grosso aparece com o índice baixo ou médio baixo.

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No primeiro indicador – Insegurança e Violência –, foram utilizados dados de notificações registradas sobre violências físicas, sexuais e patrimoniais; agressões e homicídios; nível de segurança em diferentes ambientes e situações cotidianas. Nele, foi apresentado que Mato Grosso está no índice baixo, sendo 0,211 até 0,292 de taxas de violência contra pessoas LGBT+ a cada um milhão de habitantes. Ou seja, em tese, o estado seria seguro a essas pessoas, entretanto o levantamento mostra que Mato Grosso notifica menos do que deveria.

Os homicídios

Somente no mês de janeiro de 2024, duas mulheres transexuais foram mortas em Mato Grosso de maneira violenta. No dia 29, o corpo da jovem Ayla Pereira dos Santos, de 18 anos, foi encontrado em um pasto, em Tangará da Serra (a 239 km de Cuiabá), estando amordaçado e com diversas marcas de queimaduras. Já no dia 31, Thayla da Costa Vieira, de 25 anos, também mulher trans, foi decapitada e teve o corpo descartado em uma lavoura de soja, em Sapezal (a 511 km de Cuiabá).

No final do ano passado, outros três casos de mortes a mulheres trans tiveram destaque. Em outubro, a cantora e suplente de vereador, Santrosa, de 27 anos, foi torturada, morta e decapitada em Sinop (a 480 km de Cuiabá), por membros de uma facção criminosa. No mesmo mês, uma de 26 anos, conhecida como Isabela, foi morta a tiros em um bar no município de Peixoto de Azevedo (a 674 km de Cuiabá).

Outro caso, já no mês de dezembro, foi contra a cabeleireira transexual Bia Castyel, de 20 anos, que foi estrangulada e morta com 22 golpes de faca desferidos por um cliente, que seria um adolescente de 17 anos.

FONTE: RDNEWS

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