O ex-deputado federal e ex-ministro da Agricultura Neri Geller prega a necessidade de se respeitar a autonomia dos Poderes, sendo contrário ao fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e também à recente ocupação das Mesas Diretoras do Senado e da Câmara Federal. Apesar disso, Neri avalia que, de fato, o Judiciário tem cometido excessos.
Rodinei Crescêncio/Rdnews
Em relação aos ataques aos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023, Neri avalia que muitas pessoas humildes foram manipuladas e que é necessário fazer essa distinção. “Claro que teve [tentativa de golpe]. Não tenho nenhuma dúvida disso. Vou ser bem sincero aqui, claro que teve. A Polícia Federal investigou e teve, inclusive, o planejamento para fazer assassinato do Presidente da República [Lula], do próprio Alexandre Moraes, e também do vice-presidente Alckmin, teve isso, se isso confirmado, tem que ter punição, senão vira bagunça”, defende, durante visita ao
Apesar disso, Neri ressalta que o Judiciário precisa ter parcimônia e não tratar tudo a “ferro e fogo”. O ex-parlamentar usa uma situação vivida por ele para exemplificar sua posição. Após intensas articulações, Neri se lançou candidato ao Senado em 2022, mas acabou tendo a candidatura indeferida pela Justiça Eleitoral em razão de uma condenação. Meses depois, entretanto, voltou a se tornar elegível.
Ele lembra que respondia a uma ação por suposto excesso de gastos em 2018, que ficou parado vários anos e que, mesmo inocentado pelo TRE, acabou sendo cassado no TSE. “
Eu fui vítima, eu fui cassado, eu não disputei a eleição do Senado. Logo depois da convenção, fui cassado. E o mesmo Pleno que me cassou, oito meses depois, me inocentou, só que aí já tinha passado a eleição, eu não consegui disputar. De mim, não ganharam a eleição no voto. O senador Wellington não ganhou de mim no voto. Ganharam no tapetão, me tiraram do jogo, porque eu não consegui o registro. Se eu tivesse conseguido o registro, eu teria ganhado a eleição, não tenho dúvida nenhuma. Eu estava preparado para ser senador”, assevera, destacando que esse tipo de excesso precisa ser revisto.
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A jornalista Greyce Santos entrevista o ex-deputado federal e ex-ministro da Agricultura Neri Geller no Rdtv Cast
Neri opina que, no seu caso, a Justiça Eleitoral deveria ter sido mais célere no julgamento e/ou ter lhe assegurado o seu registro e, eventualmente, cassado seu diploma depois. “Mas não negar o registro de candidatura. Isso me tirou do jogo. Então, esses excessos que precisam ser exatamente organizados. Mas isso também passa muito pelo Congresso Nacional, quem tem que ter essa posição é no Senado Federal. Se tiver alguma coisa, se movimentem lá, mudem a legislação e façam o que tiver que fazer, mas pela via democrática, pelo diálogo”.
FONTE: RDNEWS