“O nosso plano é o Bolsonaro candidato”, diz Valdemar Costa Neto


À frente do maior partido do Congresso, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, aposta todas as fichas no retorno do ex-presidente Jair Bolsonaro à disputa eleitoral em 2026. “Não temos plano B. O nosso plano é o Bolsonaro candidato”, enfatizou, em entrevista ao Correio.

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Valdemar defendeu a aprovação da anistia aos réus do 8 de Janeiro e disse ter certeza de que haverá 300 votos para aprovar o projeto que livra os extremistas de punição, porque “todos (congressistas) têm o mesmo interesse na próxima eleição”. “O centro estará junto com a direita, e nós vamos ganhar a Presidência da República”, frisou.

Ele criticou duramente o Supremo Tribunal Federal (STF). “A anistia é justa, porque eles (réus do 8 de Janeiro) estão sendo processados em uma instância incorreta. Eles estão processando no Supremo, mas teriam que estar processando todo esse pessoal na primeira instância”, sustentou.

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Na avaliação do dirigente, a direita seguirá unida sob a liderança do ex-presidente — ou de um nome que ele indicar. “Quem vai decidir quem será o nosso candidato do PL, ou apoiado pelo PL, vai ser o presidente Bolsonaro, porque ele colocou o nosso partido no patamar em que estamos hoje”, justificou. A seguir, os principais trechos da entrevista:

O senhor afirmou recentemente que a direita vai pedir anistia após o julgamento do STF. É uma forma de evitar confronto direto com a Corte neste momento?

Não, é porque nós temos de ter, primeiro, o julgamento das pessoas para, depois, pedirmos anistia. Podemos antecipar o processo, mas não definir a aprovação final. Nós queremos adiantar o processo. Mas só após o julgamento aprovaríamos a anistia, que é justa, porque eles estão sendo processados em uma instância incorreta. Eles estão processando no Supremo, mas teriam que estar processando todo esse pessoal na primeira instância. Está completamente irregular. O Supremo não poderia estar julgando Bolsonaro; ele tinha que ter sido julgado na primeira instância, assim como diz a lei. Quando o presidente sai do mandato, ele só pode ser julgado na primeira instância, para poder ter outra instância para recorrer. No caso, eles julgaram todos os problemas que nós tivemos no 8 de Janeiro no Supremo, tudo irregular, tudo ilegal.

O PL realmente tem os 300 votos que o senhor mencionou para aprovar a anistia? Como garante que essa base ainda vai se manter unida até o momento da votação?

Tenho certeza de que sim, que todos têm o mesmo interesse na próxima eleição. O centro estará junto com a direita, e nós vamos ganhar a Presidência da República. Um dos grandes problemas que enfrentamos hoje é o governo trabalhando contra a gente. Isso pesa muito e dificulta a nossa vida. E aí surgem esses problemas, como estão acontecendo agora.

O senhor reafirma a tese de que os parlamentares de direita vêm falando que Bolsonaro “está sofrendo uma perseguição política”?

Vejo isso como uma falha do Supremo, porque o próprio Supremo devia reagir. Quando levaram o processo, os ministros deveriam ter falado: “Esse processo não pode ser julgado aqui, está ilegal”. É por isso que nós vamos ter mais facilidade em aprovar a anistia, porque todo mundo sabe, todos os deputados federais, todos os senadores sabem que o julgamento está na instância errada, que não dá chance de o cidadão recorrer. Esse é o grande problema. Você não tem direito a um segundo julgamento.

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Caso o ex-presidente Jair Bolsonaro seja condenado, a anistia não soaria para a sociedade como um perdão político a crimes considerados graves? Como pretende explicar isso para o eleitorado mais moderado?

Não, de forma alguma. Ele tem hoje a opinião pública a favor dele. Nós temos mais da metade da população que apoia o Bolsonaro. O que acontece é o seguinte: o Bolsonaro não cometeu crime nenhum. Esse é o problema. Eles usam o 8 de Janeiro para dizer que foi um golpe de Estado. Golpe de estado com aquele pessoal quebrando as coisas? Se eles conseguissem derrubar o governo, quem seria a ministra da Justiça? A mulher do batom? Quem seria o ministro da Fazenda? O cidadão que quebrou o relógio? Aquilo é uma bobagem. Foi uma loucura que fizeram, que aproveitaram o momento e fizeram aquela bobagem. Noventa e nove por cento do pessoal que estava em Brasília não participou daquilo.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, também está mobilizado pela anistia. Por que a intensificação dessa pauta só agora?

Não é só agora. É porque nós nunca esperávamos, mesmo com tudo isso acontecendo, que a situação chegasse aonde chegou, de eles chegarem ao final e julgarem no Supremo. Todo mundo, inclusive o Tarcísio, sabe que o julgamento está sendo feito de maneira irregular.

O PL está preparado para apoiar um nome fora do núcleo familiar do Bolsonaro?

Sim. Quem vai decidir quem será o nosso candidato do PL, ou apoiado pelo PL, vai ser o presidente Bolsonaro, porque ele colocou o nosso partido no patamar em que estamos hoje. Eu não vejo problema. Ele pode amanhã escolher o Ratinho, o Tarcísio, o Zema, o Caiado. O Bolsonaro me surpreendeu quando veio me falar do Tarcísio para governador de São Paulo. Eu falei para ele: “Bolsonaro, não é possível, eu acho que você não está bem da cabeça. Tarcísio nem vota em São Paulo. Ele foi um excelente ministro, mas não fez uma obra que marcasse a presença dele em São Paulo”. Aí o Bolsonaro só falou: “Mas eu acho que ele pode crescer”. Depois que ele me apresentou o Tarcísio, eu vi que tenho que respeitar as opiniões do Bolsonaro. Ele hoje tem uma aprovação aqui em São Paulo muito grande.

Nos bastidores, fala-se que Bolsonaro tem uma certa resistência em passar o bastão para Michelle Bolsonaro. Tendo em vista que a ex-primeira-dama cresce entre o eleitorado evangélico, como o partido trabalha para que ela assuma um papel central nas eleições de 2026?

Veja bem: ela é presidente do PL Mulher, tem feito um sucesso muito grande no Brasil e tem tido uma aprovação muito grande. Ela também poderia ser candidata. O que o Bolsonaro falou para mim, algumas vezes, é que ela seria candidata ao Senado em Brasília. Ele pode mudar de opinião, lógico. Ela é uma forte candidata. Nas pesquisas, ela bate o Lula no segundo turno, assim como Tarcísio e o próprio Bolsonaro. Eu ainda tenho esperança que, se conseguirmos levar a anistia para a frente, nós ainda poderemos ter o Bolsonaro como candidato a presidente.

Acredita que o bolsonarismo, a direita brasileira como um todo, pode sobreviver sem um Bolsonaro na cabeça da chapa?

O Bolsonaro já virou um mito. Você só vê assunto de Bolsonaro na televisão, mesmo com a imprensa martelando contra ele. Bolsonaro vai ser lembrado daqui a 30, 40 anos, não tenha dúvida disso.

Quais são as estratégias para 2026? Há risco de fragmentação da direita em 2026? Como o PL pretende manter esse protagonismo que Bolsonaro deixou?

Tenho certeza de que em 2026 nós vamos fazer a maior bancada no Senado e a maior bancada na Câmara. Vamos continuar nosso trabalho. Nós temos que ter um entendimento, não podemos viver constantemente nessa briga, nessa guerra. Isso não é bom para o país. Nós queremos paz, queremos tocar o país para a frente.

Em uma última instância, se Bolsonaro for condenado e a anistia não avançar, qual seria o plano B do partido para manter a liderança na direita?

Não temos plano B. O nosso plano é o Bolsonaro candidato. Eu acho que quando a anistia vier, vai vir para valer, e o Bolsonaro vai poder ser candidato. O melhor quadro para nós, o melhor desenho para o partido, é o Bolsonaro candidato. Porque se você tiver o candidato X ou Y que o Bolsonaro vai escolher, sempre ficam mágoas. O ideal para nós era Bolsonaro candidato, e é o que nós estamos esperando ainda.

Em meio à necessidade que a população tem e o conflito entre direita e esquerda, quem sai perdendo é a sociedade. Qual seria o caminho da pacificação?

O caminho de pacificação é a direita assumir o poder, como está acontecendo em todo o mundo. Você vê que está acontecendo isso na Argentina, vai acontecer agora no Chile, na Bolívia. A direita é o caminho certo, o melhor caminho. O problema da esquerda é que eles querem ficar no poder para o resto da vida, e isso não dá certo. Você tem que ter alternância de poder.





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