Réu apontado como olheiro do Comando Vermelho é inocentado pela Justiça

Justiça decide pela absolvição de Odair José Prins, acusado de ser olheiro de Paulo Witer, o “WT”, suposto tesoureiro do Comando Vermelho

Preso desde novembro de 2024 durante a Operação Fair Play, o réu Odair José Prins, acusado de atuar como “olheiro” de Paulo Witer, o “WT”, suposto tesoureiro do Comando Vermelho, foi absolvido na noite desta quinta-feira (18) pela juíza Alethea Assunção Santos, da 7ª Vara Criminal de Organização Criminosa de Mato Grosso.

A Operação Fair Play, deflagrada em 27 de novembro de 2024, foi um desdobramento da Operação Apito Final, que investigou lavagem de dinheiro e ocultação de bens ligados à facção criminosa em Cuiabá. Ao todo, a ação cumpriu 19 mandados judiciais, sendo 11 de prisão e 8 de busca, além do sequestro de veículos, bloqueio de contas bancárias e suspensão de atividades econômicas.

Acusação e prisão preventiva

De acordo com a denúncia do Ministério Público de Mato Grosso, Odair teria sido incumbido por WT de acompanhar a aquisição de um imóvel em Itapema (SC) e de agir como “sentinela” para alertar sobre a presença policial nos locais frequentados pelo faccionado.

Um episódio citado na acusação ocorreu em março de 2024, no Rio de Janeiro, quando Odair foi visto deixando às pressas um hotel ao lado de Paulo Witer após perceber a aproximação policial. Esses fatos levaram à decretação de sua prisão preventiva, justificada pela gravidade dos supostos delitos, pelo risco de reiteração criminosa e pela necessidade de assegurar a ordem pública.

Decisão judicial

Apesar da manutenção da prisão ao longo da instrução processual, a sentença absolveu Odair José Prins e outros réus. A magistrada considerou que os elementos apresentados nos relatórios policiais eram insuficientes para fundamentar a condenação pelo crime de integrar organização criminosa.

“Todavia, entendo que os dados trazidos nos relatórios supramencionados são insuficientes para fundamentar a condenação dos acusados”, destacou a juíza na decisão.

Com a sentença, Odair deve deixar o presídio a qualquer momento, após quase um ano de encarceramento.

Defesa comemora decisão

O advogado João Douglas Laurentino Souza, que defendeu Odair, afirmou que a decisão confirma a fragilidade do conjunto probatório desde o início do processo.

“O conjunto probatório já se demonstrava frágil. Com a audiência de instrução e julgamento, isso apenas se concretizou. Justiça foi feita, colocando um inocente em liberdade. Parabéns ao Poder Judiciário de Mato Grosso”, declarou o defensor.

FONTE: Lapada Lapada

Redação

Sair da versão mobile