O governador Mauro Mendes (UB) determinou que sejam intensificadas as fiscalizações no Estado para combater a produção e comercialização de bebidas alcoólicas falsificadas. A medida ocorre após a morte de consumidores em São Paulo em decorrência da ingestão de produtos adulterados com a presença de metanol, uma espécie de álcool tóxico que é usado na indústria química e não apropriado para ingestão.
“Emitimos um alerta para todas as nossas forças de segurança”, afirmou Mendes em vídeo divulgado nesta quinta-feira (2) no Instagram. O governador destacou que, nesta semana, policiais militares e civis fecharam um barracão em Nova Mutum (240 km de Cuiabá), utilizado para a fabricação de bebidas falsificadas. Três criminosos foram presos durante a operação.
O local foi descoberto após denúncias de moradores sobre movimentações suspeitas e forte odor químico na região. Durante a vistoria, os agentes constataram que o ambiente estava em condições precárias de higiene. Garrafas eram reutilizadas sem o devido processo de esterilização e os equipamentos improvisados apresentavam risco de contaminação.
Segundo a investigação inicial, a matéria-prima era adquirida em Sinop e transportada para Nova Mutum, onde passava por adulteração. Rótulos e tampinhas eram trocados para simular marcas conhecidas, e os produtos eram revendidos no comércio local a preços bem abaixo do mercado.
O lucro estimado ultrapassava 100% por engradado em relação ao valor original. “Realmente constatamos que havia indivíduos adulterando bebidas alcoólicas. Por semana, chegavam a manipular cerca de 900 caixas”, afirmou a Polícia Militar.
O grupo tinha estrutura definida. Conforme os suspeitos relataram, o financiamento vinha de fora do município, enquanto os executores trabalhavam de forma braçal no galpão.
A Polícia Civil dará continuidade às investigações para identificar os fornecedores de rótulos e apurar o possível envolvimento de uma cervejaria que teria fornecido parte da bebida. A operação contou com participação da Polícia Civil e da Perícia Oficial de Identificação Técnica (Politec), responsável pela perícia.
O que mais chamou a atenção foi o uso de soda cáustica, produto altamente tóxico, no processo de fabricação dos rótulos. A Politec também investigará se a substância estava sendo utilizada na composição da bebida, o que seria extremamente perigoso para o consumidor.
O chefe do Executivo estadual também pediu a colaboração da população por meio do Disque-Denúncia. “Se tiver alguma notícia, algum indício de que alguém possa estar praticando esse crime, não hesite. No 181 você pode fazer uma denúncia totalmente anônima, não precisa se identificar”, disse.
Mendes afirmou que as ações fazem parte do programa Tolerância Zero, implementado pelo governo estadual em parceria com a Polícia Civil, Polícia Militar e Ministério Público. O objetivo, segundo ele, é ampliar o enfrentamento às organizações criminosas e evitar que consumidores mato-grossenses sejam vítimas de crimes contra a saúde pública.
FONTE: Folha Max