Criminosos receberam penas superiores a 25 anos de prisão; juiz absolveu dois suspeitos por falta de provas no caso que chocou a capital
O Judiciário mato-grossense encerrou um dos casos mais violentos e comentados de 2024. Dois homens foram condenados a mais de 25 anos de prisão pela morte brutal do síndico Hildebland Pereira da Silva, de 35 anos, assassinado após um violento espancamento dentro do Condomínio Chapada dos Pinhais, em Cuiabá.
Outros dois envolvidos, Julio Cesar da Cruz Machado e Augusto Santos Dias, foram absolvidos pelo juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal, por falta de provas sobre participação direta no crime.
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A vingança que virou tragédia
De acordo com o processo, David Fagner Pinheiro Maicá e João Bruno da Silva Oliveira acreditavam que Hildebland teria furtado entre R$ 40 mil e R$ 100 mil de um dos apartamentos do condomínio — dinheiro supostamente ligado a uma “central de fraudes” do Comando Vermelho.
A suspeita fez com que os dois planejassem uma emboscada que terminou em um espancamento selvagem e subsequente roubo do veículo e da motocicleta da vítima.
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Morte lenta e sofrimento extremo
O síndico foi encontrado agonizando no próprio apartamento por um vizinho, com o corpo coberto de sangue.
O laudo de necropsia revelou múltiplas lesões, fraturas, equimoses e escoriações, compatíveis com sessões prolongadas de tortura física. Hildebland ficou internado por mais de 20 dias na UTI do Hospital Municipal de Cuiabá antes de morrer, em 21 de fevereiro.
“Nota-se do laudo que Hildebland foi vítima de violência exacerbada”, registrou o juiz na sentença.
Absolvidos por falta de provas
Durante a investigação, Julio Cesar e Augusto Santos Dias chegaram a ser presos sob a suspeita de fornecer o carro usado no crime.
Porém, o magistrado destacou que não há provas concretas de que eles soubessem da real intenção dos executores.
Um deles afirmou apenas ter alugado o veículo, enquanto o outro disse estar no banco do passageiro, sem envolvimento com o espancamento.
Ambos foram absolvidos e liberados da prisão preventiva, decisão que encerra um longo período de espera e sofrimento para as famílias.
Defesa comemora decisão justa
Dr. Danilo Aritony Neres
@adv.daniloaritonyneres
Advogado em Mato Grosso, com atuação destacada em defesa criminal e causas de alta complexidade.
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O advogado Dr. Danilo Aritony Neres de Oliveira, que representa Augusto Santos Dias, afirmou que a absolvição confirma o que a defesa sustentou desde o início: que seu cliente não teve qualquer participação no crime.
“Desde o primeiro momento, defendemos a inocência de Augusto, que foi indevidamente envolvido em um episódio trágico sem qualquer prova concreta. A decisão do magistrado restabelece a verdade dos fatos e faz justiça a quem sempre confiou na Justiça”, declarou o advogado.
Dr. Danilo também reforçou que a decisão mostra a importância de um julgamento técnico e equilibrado:
“O processo penal não pode se basear em suposições. A condenação exige prova robusta, e isso não havia em relação a Augusto Santos Dias.”
Condenados permanecem presos
Já David Maicá e João Bruno foram condenados por latrocínio (roubo seguido de morte) a 25 anos, 3 meses e 10 dias de reclusão em regime fechado.
O juiz manteve as prisões preventivas e negou o direito de recorrer em liberdade, destacando a “gravidade concreta do crime e a crueldade empregada”.
“A motivação do delito foi essencialmente patrimonial, o que afasta a tese de tortura sustentada pelo Ministério Público”, afirmou o juiz Jean Garcia.
A morte de Hildebland, que era conhecido entre os moradores como um síndico prestativo e trabalhador, gerou comoção e medo no condomínio.
O caso também ganhou repercussão nacional devido ao suposto envolvimento de uma facção criminosa e ao nível de brutalidade empregado pelos autores.
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FONTE: Lapada Lapada