O secretário de Estado Segurança Pública de Mato Grosso, César Roveri, rechaçou as afirmações feitas pela deputada federal Coronel Fernanda (PL), que acusa falta de efetivo policial em Mato Grosso e que tal defasagem seria o motivo do avanço da violência no estado. Roveri salientou que as forças de Segurança possuem servidores ainda em formação e pontuou que, antes de se falar em novas contratações, é preciso realizar um estudo técnico.
“Sobre novas contratações, é óbvio que temos que passar por um estudo técnico. O Estado tem que ter capacidade financeira para contratar novos servidores. Tem que ter muita responsabilidade fiscal para fazer novas contratações. Se o Estado tiver condições e o estudo técnico demonstrar essa necessidade, com certeza haverá novas contratações. Temos, ainda, em formação alguns servidores de algumas forças. Enquanto todos não formarem e não forem entregues para trabalharem, nós não faremos um novo estudo”, argumentou Roveri.
Pablo Valadares/Câmara dos Deputados/Annie Souza/R
O secretário apontou que o Governo de Mato Grosso tem feito a sua parte para garantir a Segurança Pública e salinetou que as despesas com os servidores continuam mesmo após eles irem para a reserva.
“Você não contrata o servidor para um ano, nem para 35 anos, como é o caso da Segurança Pública, mas para muito anos, para cinco décadas, seis décadas, porque assim que o servidor passa para a reserva, continua se pagando o salário desse servidor”, afirmou.
“Não podemos brincar”
Segundo a Coronel Fernanda, que é da Polícia Militar, o efetivo da Corporação está defasado desde 2014. Mesmo com legislações já vigentes, a parlamentar defende que a necessidade do reforço do policiamento se dá pelo avanço das facções.
Após a morte do sargento da PM Odenil Alves, na última semana, a força deu início a uma caçada ao autor do homicídio. A motivação do crime teria sido vinganã após a morte do faccionado Micael Oliveira Medeiros, vulgo Satã.
“Hoje, a Polícia Militar de Mato Grosso tem menos de 40% do efetivo previsto em 2014. Em 2014, tem uma lei de contratação de efetivo, na qual diz que o efetivo necessário para Mato Grosso é de 12 mil homens, mas nós temos seis mil e pouco. Como é que eu vou fazer policiamento ostensivo contra as facções se nós não temos efetivos pra isso? Nós não temos o policiamento necessário nas ruas. Não podemos brincar. Nesse ano, vamos aposentar mais de 100 policiais, ano que vem mais ainda. Enquanto se perde policial por aposentar, por ser excluído, por morte, as facções tão chamando todos os jovens para fazer parte da criminalidade e nós não podemos permitir isso”, criticou a parlamentar.
FONTE: RDNEWS