O presidente do PL em Mato Grosso, Ananias Filho, reiterou votos de fidelidade ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está “exilado” nos Estados Unidos, e descartou a possibilidade de tentar colocar “panos quentes” para apaziguar a troca de insultos e ofensas entre o parlamentar e o governador Mauro Mendes (União Brasil). A fala de Ananias foi realizada nesta quarta-feira (12).
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Na sua avaliação, ao dizer que Eduardo estaria “enlouquecido” e “falando merda” por atacar aliados, Mauro também deu margem para ser rebatido. Assim, pontuou também que nenhum pai gostaria de ver seu filho sendo atacado e que, embora Bolsonaro não possa dar declarações, entende que aliados mais próximos, que estão em defesa de Eduardo, estariam em plena sintonia com o ex-presidente.
“Ele [Eduardo] está lá fazendo a defesa de quem precisa, que muita gente deixou de lado, se acovardaram e o Eduardo teve a coragem de ficar à frente desse resultado. Não vou criticar de forma alguma aliado de primeira hora, igual o Eduardo […]. Eu não creio que seria de bom tom a um pai ter um filho sendo xingado [por outra pessoa]. Isso é relação familiar. Se há um erro do filho, você leva para dentro do quarto, coloca na cadeira do pensamento e mostra para ele a diferença do certo e errado”, comentou.
Mauro estava no radar para receber o apoio de Bolsonaro na campanha para o Senado Federal nas eleições de 2026, tendo ao lado o federal José Medeiros, em uma dobradinha PL e União Brasil. Questionado se o impasse poderia atrapalhar a aliança, Ananias preferiu se esquivar, pois as conversas dependem da Executiva Nacional. Além disso, frisou que não procurará Mauro para tentar apaziguar qualquer rusga e que nenhuma tentativa de colocar panos quentes será suficiente para abafar a situação.
“Com o advento da internet, nada fica esquecido, pode ter certeza. Sempre levanta um cadaverzinho e tem falas de todo mundo, às vezes a fala é retirada de contexto e você fica até incoerente. Mas eu, como dirigente partidário, não quero colocar panos quentes, não. Acho que cada um vai para o embate conforme a sua personalidade, seu caráter e forma que pensa. Tem que ser externado, não pode ficar falando às escondidas. Acho que o Mauro falou, teve a resposta e para mim está tudo normal. Bateu e apanhou, não sabe-se quem vai sair lá na frente mais fubecado [surrado]”, completou.
O caso
A confusão entre Mauro e Eduardo começou após o deputado atacar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmando que ele seria o “candidato do sistema” para herdar o capital político de Bolsonaro, que está inelegível. O Clã Bolsonaro tenta manter o poder de escolha nas mãos, embora outros políticas tentem se mobilizar, o que atrai críticas. Diante deste cenário, Mauro saiu em defesa de Tarcísio, contudo, Eduardo rebateu, direto dos Estados Unidos, apontando “covardia” do gestor e falta de mobilização pela anistia a Bolsonaro e bolsonaristas presos pelos atos antidemocráticos e pela trama golpista.
FONTE: RDNEWS
